Eu sou do mar, sou do sol, da natureza verde e da música. Assim de repente, parece-me que esta listinha, curta de aparência, sumariza todo o meu sentimento de pertença. São estes os meus principais elementos. Onde me identifico e descanso. Onde me sinto uma parte integrante sem causar entropia. Onde apenas ser é um estado fantástico de paz e de serenidade. Muito de vez em quando consigo juntar estes elementos todos em simultâneo. Loucura total! Felicidade intensa! Interessante como não tenho sentimentos de pertença com pessoas. Adoro pessoas. Algumas, amo de paixão. Mas tenho muito claro no meu espírito que não lhes pertenço nem elas a mim. No máximo, caminhamos juntos durante algum tempo do nossos percursos. Ou para sempre, dependendo do tipo de relacionamento. Partilhamos bocadinhos de vida. Já passei por tanta perda que já não me restam sentimentos de pertença. E ainda bem pois ninguém é de ninguém. Aprendi esta lição, parece-me. Nem as nossas crias são nossas. Assim que o momento chega, vão à sua vidinha. E é assim que tem que ser. E quando não pertencemos, amamos melhor, com desapego, sem pressões nem rédeas. Claro que até acertarmos no equilíbrio destas coisas, demora um bocadinho. Eu tenho sempre alguma dificuldade em equilibrar seja o que for. Por vezes dou espaço demais e temo que, sem querer, não rego devidamente as relações. Se as pessoas querem ir, eu deixo. Se não me agarram, eu escorrego e solto-me. E por vezes perdem-se coisas bonitas com esta rédea tão solta. Mas não perco a esperança de saber dosear melhor estas questões. De saber usar da dose certa e adequada a cada pessoa. Não posso usar as minhas medidas. É que a minha medida é sempre muito diferente e muito própria. A minha medida é em grande em tudo. E os outros não têm culpa. Se a vida a vivo com as minhas medidas e não com as medidas do mundo, com as pessoas procuro usar a medida certa para cada pessoa. Em teoria é assim que quero fazer. Mas nem sempre consigo. Às vezes derrapo. Mas vou continuar a tentar na esperança de acertar de vez em quando. Há sempre um esforço no relacionamento interpessoal. Com o mar, com o sol, com os verdes e flores e com a musica, não há esforço nenhum. Pertence-se, faz-se parte sem dor, sem espinhas, sem pensar. É só usufruir e ficar em paz. E sinto-me a fazer parte da criação. E a criação está toda ligada entre si, daí que este sentimento seja muitíssimo lógico. E eu sou quem sou e o que sou. Nestes contextos e envolvências, sou verdadeiramente eu, sem nenhum tipo de stress nem de sofrimento. Em paz.
Existem olhares que matam. Não matam a vida mas matam o coração e a alma. Hoje estou neste comprimento de onda. A pensar na importância que os olhares têm. Eu, que sou uma pessoa cheia de palavras e que adoro este tipo de expressão, sou uma franca apreciadora de olhares. Não só de olhares como também de todo o conjunto de formas não verbais de comunicarmos uns com os outros. Da mesma forma que o nosso subconsciente e o nosso coração são muito mais inteligentes que o nosso cérebro e que a nossa racionalidade, o não verbal expressa muito mais sinceramente o que o outro está a pensar ou a sentir. E o olhar é majestoso nesta forma de comunicar. Penso que existem olhares que salvam e olhares que condenam. E não são necessárias quaisquer palavras a acompanhar o que se diz com os olhos. Neste momento tenho os pensamentos a mil à hora (o que não é difícil, tratando-se de mim). E penso nestas coisas dos olhares. Da importância que tem olharmos o...
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