As incoerências são como linhas assimétricas que supostamente devem manter um qualquer equilíbrio. Quando se é o 8 e o 80 em simultâneo, não há simetria nem equilíbrio que consiga resistir. Sinto-me presa por linhas que não compreendo. São linhas transparentes, de confiança. A confiança é o material mais resistente que existe para se fazerem linhas que ligam as pessoas. Dizendo melhor, que ligam os corações das pessoas. Confiar no coração de uma pessoa é a maior forma de confiança que existe. Por vezes não se confia nas cabeças nem nas palavras mas confia-se no coração. É uma bênção e uma maldição, esta espécie de confiança, feita de linhas transparentes. As tais linhas muito, muito fortes. São linhas que não nos deixam desistir, não nos deixam largar. Prendem e prendem mesmo quando achamos que já não aguentamos mais. De assimétricas que são, estas linhas, são incoerentes. Não entendemos porque repuxam e arrepanham de um lado e ficam laças de outro. Num lado apertam muito e no outro dão toda a largueza. E não se entendem. E tudo o que não se entende deixa margem para a imaginação e para a racionalização. Pode até deixar margem para o medo. E tudo o que dá medo, dói. E tudo o que não se compreende é passível de etiquetagem e categorização. E quando se encontram prateleiras para as coisas, elas deixam de ser elas próprias e passam a fazer parte das nossas referências. Julgamos o que não compreendemos para podermos encontrar algum sentido. E os julgamentos são sempre perigosos. Mas são formas de nos defendermos. Se não vemos as linhas que nos prendem, temos insegurança, temos incerteza, estamos no limbo, sem chão e sem rede. Aprender a flutuar, sem rede, sem medo de cair, sem medo de se magoar, é um processo bastante difícil. E flutuar nas relações, com a leveza necessária para haver paz de espírito, ainda é mais difícil. E flutuar com a (in)segurança de se estar seguro por linhas transparentes que não se vêem, é um ato de fé. Confiar no coração de alguém que não é coerente com o seu próprio coração é um enorme ato de fé.
Eu sou uma pessoa cheia de fé. Graças a Deus. Sou otimista, tenho esperança para dar e vender. E normalmente não tenho medo nenhum de linhas transparentes nem de qualquer espécie de linhas que unem os corações. Nem medo de corações nem de pessoas. Mas como tantas vezes costumo dizer, tenho medo de mim própria. Tenho também medo da minha cabeça, da minha impaciência e da minha natureza resolutiva. Tenho medo de resolver acabar com as linhas transparentes. Porque apesar de serem as mais fortes que conheço, existe no mercado um dissolvente que as despacha num instante. E eu tenho medo de deitar a mão a esse dissolvente que, numa hora menos boa, se pode tornar muito apetecível. Por tudo isto e muito mais, tenho medo de dar espaço à minha impulsividade e de mandar tudo para o espaço. Pelo menos tudo o que magoa. Tudo o que não me preenche e tudo o não me sabe segurar. Parece que só o amor não basta. Acredito na força do amor acima de tudo. Mas parece que não basta, não chega. E isto porque está dependente do livre arbítrio de cada um. Depende de coisas maravilhosas como a sabedoria e como a coragem. São virtudes maravilhosas mas que nem sempre conseguimos mobilizar. E sem culpa de ninguém. Este palavreado nem é um palavreado a roçar a culpa. Nem a minha nem a dos outros. A culpa não é para aqui chamada. Cada um faz o melhor que é capaz de fazer com aquilo que tem. Com os recursos de que dispõe. Cada um precisa de aprender a reforçar as linhas que o prendem às outras pessoas. Precisa de aprender a dar cor a essas linhas transparentes para que o outro as veja. Para que o outro se sinta efetivamente seguro, cuidado, amado, com rede e chão. Colorir linhas é um dos fatores mais importantes para reforçar uma relação. Ou até para a manter. Se eu pintar as linhas que seguram o coração do outro, o outro sabe que pode contar comigo. Sabe exatamente como me pode encontrar e o que pode encontrar. Principalmente se souber o significado das cores. Quando ambos querem tecer um linda rede colorida, que estabelece uma livre passagem, uma ponte, segura, entre um coração e o outro, um amaranhado de linhas coloridas que põem em comum o que de mais precioso cada um tem, a vida é linda! Mas isto de colocar em comum qualquer coisa parece que é sempre tirado a ferros!!!
Que medo que as pessoas têm de amarem e de se deixarem amar. Não compreendo. Sei que é assim e que cada um faz o que pode com o que tem. Mas nem sempre consigo compreender tudo o que gostaria de compreender e, principalmente, de saber aceitar sem mágoa. É a velha história das aprendizagens e da empatia. De nos sabermos colocar no lugar do outro com as suas condições. Esta tal de empatia, por si só, é uma ciência muito mais complicada do que a física quântica. Tudo o que tem a ver com pessoas é muito mais complicado do que outra qualquer ciência ou campo do conhecimento. Por isso é que as pessoas são tão maravilhosas. Todos os seres aprendentes são maravilhosos e é isso que nós andamos cá a fazer: a aprender, a evoluir. De vez em quando dá-me o medo de não conseguir aprender tudo o que devia. É que é tanta coisa, tanta experiência, tanta forma diferente de ver o mundo que receio não ser capaz de abarcar tudo e de entender o porquê das coisas. Ou melhor, o porquê das pessoas. Entender os porquês das pessoas causa-me muito sofrimento. E, de vez em quando, sinto-me muito cansada e apetece-me cortar as linhas todas e ir descansar. E dizer: e tal se tentassem entender os meus porquês e as minhas incoerências? Hein? E que tal fazerem alguma coisinha para verem as coisas pelos meus olhos? E se nesses momentos desse liberdade à minha vontade, dava cabo das linhas todas. As que prendem e as que não prendem. Arrasava com tudo e ia-me embora. A sorte é que já sei contar até 100 de trás para a frente. E enquanto vou contando, vai-me passando a vontade, a tal que se aborrece de morte com sequências de números. É a minha sorte...e o meu coração consegue falar sempre mais alto do que o meu cansaço e a minha fartura. Rezo ao Pai para que que o meu coração nunca fique afónico. E para que eu nunca me esqueça de como se conta até 100. De trás para a frente e da frente para trás.
Eu sou uma pessoa cheia de fé. Graças a Deus. Sou otimista, tenho esperança para dar e vender. E normalmente não tenho medo nenhum de linhas transparentes nem de qualquer espécie de linhas que unem os corações. Nem medo de corações nem de pessoas. Mas como tantas vezes costumo dizer, tenho medo de mim própria. Tenho também medo da minha cabeça, da minha impaciência e da minha natureza resolutiva. Tenho medo de resolver acabar com as linhas transparentes. Porque apesar de serem as mais fortes que conheço, existe no mercado um dissolvente que as despacha num instante. E eu tenho medo de deitar a mão a esse dissolvente que, numa hora menos boa, se pode tornar muito apetecível. Por tudo isto e muito mais, tenho medo de dar espaço à minha impulsividade e de mandar tudo para o espaço. Pelo menos tudo o que magoa. Tudo o que não me preenche e tudo o não me sabe segurar. Parece que só o amor não basta. Acredito na força do amor acima de tudo. Mas parece que não basta, não chega. E isto porque está dependente do livre arbítrio de cada um. Depende de coisas maravilhosas como a sabedoria e como a coragem. São virtudes maravilhosas mas que nem sempre conseguimos mobilizar. E sem culpa de ninguém. Este palavreado nem é um palavreado a roçar a culpa. Nem a minha nem a dos outros. A culpa não é para aqui chamada. Cada um faz o melhor que é capaz de fazer com aquilo que tem. Com os recursos de que dispõe. Cada um precisa de aprender a reforçar as linhas que o prendem às outras pessoas. Precisa de aprender a dar cor a essas linhas transparentes para que o outro as veja. Para que o outro se sinta efetivamente seguro, cuidado, amado, com rede e chão. Colorir linhas é um dos fatores mais importantes para reforçar uma relação. Ou até para a manter. Se eu pintar as linhas que seguram o coração do outro, o outro sabe que pode contar comigo. Sabe exatamente como me pode encontrar e o que pode encontrar. Principalmente se souber o significado das cores. Quando ambos querem tecer um linda rede colorida, que estabelece uma livre passagem, uma ponte, segura, entre um coração e o outro, um amaranhado de linhas coloridas que põem em comum o que de mais precioso cada um tem, a vida é linda! Mas isto de colocar em comum qualquer coisa parece que é sempre tirado a ferros!!!
Que medo que as pessoas têm de amarem e de se deixarem amar. Não compreendo. Sei que é assim e que cada um faz o que pode com o que tem. Mas nem sempre consigo compreender tudo o que gostaria de compreender e, principalmente, de saber aceitar sem mágoa. É a velha história das aprendizagens e da empatia. De nos sabermos colocar no lugar do outro com as suas condições. Esta tal de empatia, por si só, é uma ciência muito mais complicada do que a física quântica. Tudo o que tem a ver com pessoas é muito mais complicado do que outra qualquer ciência ou campo do conhecimento. Por isso é que as pessoas são tão maravilhosas. Todos os seres aprendentes são maravilhosos e é isso que nós andamos cá a fazer: a aprender, a evoluir. De vez em quando dá-me o medo de não conseguir aprender tudo o que devia. É que é tanta coisa, tanta experiência, tanta forma diferente de ver o mundo que receio não ser capaz de abarcar tudo e de entender o porquê das coisas. Ou melhor, o porquê das pessoas. Entender os porquês das pessoas causa-me muito sofrimento. E, de vez em quando, sinto-me muito cansada e apetece-me cortar as linhas todas e ir descansar. E dizer: e tal se tentassem entender os meus porquês e as minhas incoerências? Hein? E que tal fazerem alguma coisinha para verem as coisas pelos meus olhos? E se nesses momentos desse liberdade à minha vontade, dava cabo das linhas todas. As que prendem e as que não prendem. Arrasava com tudo e ia-me embora. A sorte é que já sei contar até 100 de trás para a frente. E enquanto vou contando, vai-me passando a vontade, a tal que se aborrece de morte com sequências de números. É a minha sorte...e o meu coração consegue falar sempre mais alto do que o meu cansaço e a minha fartura. Rezo ao Pai para que que o meu coração nunca fique afónico. E para que eu nunca me esqueça de como se conta até 100. De trás para a frente e da frente para trás.
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