Olá!
Bem-vindo
a este texto! Hoje vou falar um bocadinho de uma atividade que adoro. E mais do
que adorar, proporciona-me - como costumo dizer - fichas de bem-estar.
Hoje é
dia de meditação. Eu sou daquelas que pensava que nunca ia conseguir meditar na
vida! Como o meu cérebro não pára, adoro aprender, pensar, fazer associações de
ideias, imaginar e criar cenários, achei que era uma atividade impossível para
mim. Por vezes a minha cabeça parece uma centrifugadora de palavras e imagens.
Não sossega. Mas isto não me cansa nem me indispõe. Sempre foi assim e não sei
ser de outra maneira. Claro que chegou uma altura em que gerir o que se passa
na minha cabeça e, em simultâneo, gerir as emoções, os sentimentos e a vida
toda que acontece no meu coração, se tornou difícil. Somos um acumular de vida.
E como a idade é uma coisa maravilhosa – é suposto dar-nos sabedoria – temos que
fazer alguma coisa para continuarmos bem, alegres, saudáveis e bem
estruturados. Então encontramos algumas estratégias para irmos vivendo o melhor
possível as nossas vidinhas. A que está aí fora, e todas as outras que temos
por dentro. Na cabeça, no coração, na alma e onde mais acontecer vida.
Então, comecei a fazer algumas
atividades que me gastam um determinado tipo de energia (tenho com fartura) e outras
que, por outro lado, me proporcionam a paz. Passei a fazer caminhadas em
ambientes que me agradam. Na cidade ou no meio da natureza. Comecei a misturar
dança com exercício físico. E lá vou gastando a pilha e mantendo a saúde física.
Por outro lado, encontrei o que
me faz bem ao espírito, ao coração e à alma. Escrever foi uma delas. Posso aqui
derramar o excesso de palavras, pensamentos e sentimentos. É um fluir de
energia que me alivia, que me deixa calma e pacificada. Quando estou triste, ao
escrever sobre essa tristeza, ela diminui. E a tristeza, ou a dor passam a ter apenas
o tamanho e a importância que têm. Quando essas emoções ficam trancadas no
peito, têm uma tendência a aumentar, a crescer e a consumir o coração e tudo o
que de bom lá existe. Eu sou apologista de que temos que destrancar,
desbloquear e deixar sair as emoções. As más e as boas. Também as assim-assim. O
nosso bem-estar geral agradece.
Hoje em dia, já temos a noção de
que uma esmagadora maioria de doenças são de origem emocional, psicossomática.
Tudo o que transborda o nosso limite tem que sair. A bem ou a mal. Se nós
próprios tratamos desse assunto com consciência e naturalidade, pois muito bem.
Se retraímos, trancamos, apertamos, elas vão sair à mesma. Às vezes em forma de
doença, manifestando-se na nossa fisicalidade. As doenças de fígado, de coração
e de pele, são excelentes exemplos do que estou a falar. Há dores que não se
tratam com analgésicos. Tratam-se chorando até gastar a dor toda. E assim
gasta-se essa emoção, essa energia. E já não tem que encontrar um caminho
alternativo para sair. Já saiu pelas lágrimas. É assim.
Como eu tenho emoções para dar
e vender, de todos os géneros e à grande, tive que aprender a geri-las e a
lidar com elas da forma o mais saudável possível. Uma outra forma que encontrei
para me pacificar e para pensar com alguma disciplina, foi a meditação. Semana
sim, semana não, dedico cerca de 2 horas à meditação e aos meus mundos
interiores. Claro que no princípio foi difícil relaxar, aprender a respirar e a
desligar um bocadinho a velocidade da cabeça e do corpo. Foi preciso ir perseverando,
devagarinho, querendo muito conseguir. Hoje em dia é maravilhoso. Claro que não
entro em estado de “levitação”. Não dá para tanto. Não sou capaz. Apenas
desacelero e busco a paz interior. Quando a paz começa a reinar e se instala,
milagres acontecem. Consigo ouvir o coração, consigo conhecer-me melhor,
descobrir o que me faz feliz. O que verdadeiramente importa e o que deixa de
ter qualquer importância. Tudo se relativiza. É um bocadinho em que, embora em
conjunto com outras pessoas, me consigo descobrir internamente. Consigo fazer
um bocadinho de turismo pelos meus mundos interiores. Olhar para eles, com
olhos de ver, contá-los para ver se falta algum ou se nasceu outro. De vez em
quando lá aparece um novo. E tem se ser entendido, bem recebido e integrado no
resto da malta. É preciso ver se estão bem de saúde ou se precisam de algum
cuidado especial. De algum tratamento. De alguma atenção diferenciada. Os meus
mundos são como os mundos do espaço, sempre dinâmicos e em movimento. É necessário
ir acompanhando o que no meu espaço interior se passa. Ele tem a mania de se
expandir…
A meditação é o bocadinho que
tenho para cuidar de mim, por dentro. Com pompa e circunstância. À séria,
formalmente. Por outro lado, é quando procuro evoluir também em termos
espirituais. Não só pacifico como aproveito para falar com o Céu. Para descobrir
as mensagens que o Céu tem para me dar. É nesse bocadinho que procuro entender
o porquê das coisas. Procuro encontrar as respostas para as minhas perguntas. Procuro
saber quais os caminhos que são os certos. Quais as escolhas que devo fazer
para poder experienciar o que tenho que experienciar. Como posso enriquecer a
minha alma. Claro que isto dito assim parece muito fácil. Não é. É difícil. Mas
é tão importante e tão gratificante cada passo em direção ao amor. Ao Céu, a
Deus.
Meditar é um processo. Não é o
fim em si mesmo. E todos os processos demoram o seu tempo, têm as suas etapas.
Por vezes já dou por mim, quase todos os dias, antes de dormir, a pensar de
forma “meditada”. Com a calmia da noite, com o entorpecimento físico provocado
pelo cansaço do dia, estão criadas as condições para se relaxar um bocadinho.
Aquele bocadinho imediatamente anterior ao adormecer. Encontra-se uma posição
confortável, largam-se os pensamentos, é deixá-los ir para onde quiserem, sem
filtros, sem direções pré-definidas. Pensar no que se quiser, como se quiser. Sem
censura. Sem inibições e sem medos. É tão bom pensar os nossos próprios pensamentos
como se estivéssemos de fora da história! Aconselho vivamente. São momentos de
intimidade tão especiais. Só que é uma intimidade connosco próprios. Não
estamos habituados, não é? Primeiro estranha-se e depois entranha-se. E depois
já não se pode viver sem. Sabermos relacionarmo-nos intimamente connosco
próprios é meio caminho andado para não termos medo de nos relacionarmos intimamente
com os outros. Quando perdemos o medo da intimidade, o amor acontece de forma
muito mais plena e gratificante. Todas as formas de amor. Até aquele que
devemos ter por nós próprios. Que afinal, deverá ser o início de tudo. Não é possível dar o que não se tem, nem receber o que não tem espaço em nós.
Tudo começa e acaba no amor. Que tal meditar sobre isto?
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