Por um motivo muito especial, hoje quero falar-vos da importância do dia do nosso aniversário. E não, não faço anos. Mas alguém muito especial para mim faz. E por circunstâncias próprias da vida, não posso partilhar um bocadinho desse dia sem ser de uma forma escrita. Claro que já tratei desse assunto ou não teria paz. A pacificação, palavra que é comum nos meus textos, é ritual comum nos meus dias. Da forma que for possível. Da forma que conseguir. Uma das minhas maiores lutas diárias é a pacificação do coração. E tento sempre com muita força. E vou conseguindo com a graça de Deus. Esse é sempre um dos meus desafios. A paz. A paz. A Paz.
Voltando ao dia do nosso aniversário: antigamente, eu não ligava assim por aí além ao dia do aniversário. Sempre fui um bocadinho avessa a comemorações por decreto. E sempre dizia que importante é quem se lembra de nós todos os dias e não apenas no dia do aniversário. E que todos os dias são bons para festa. Hoje em dia, já aprendi mais umas coisinhas e já tenho uma outra sabedoria que me permite olhar para estas coisas de outra forma. Os rituais são muito importantes. Os de festa e os de tristeza. Por exemplo: um funeral é um ritual muito importante. Ajuda-nos a lidar com a dor da perda. A fechar o processo. A tratar a ferida que irá cicatrizando. E, ao chorarmos bem chorada a perda, a morte, conseguimos seguir com a vida para a frente, fechando um capítulo, arquivando uma situação no seu lugar próprio sem que doa para o resto da vida. Também os rituais de festa, de comemoração são muito importantes. São de paragem. De reflexão. De mudança ou de continuidade. No caso do aniversário, permite-nos que pelo menos uma vez por ano sejamos capazes de refletir sobre nós próprios de outra forma. Somos os mais importantes do dia. Somos nós que somos festejados. E isto não tem nada a ver com o sermos arrogantes ou egoístas ou outra pérola assim do género. É celebrar o nosso nascimento. A oportunidade que Deus nos deu de voltarmos cá a este lindo mundo. Ver como param as modas e como nós nos encaixarmos nelas. De aprender, experienciar, de fazer melhor. De melhorar a nossa alma. De crescer, de desenvolver. Com o céu como infinito. Tudo ao nosso alcance. Fantástico, não é? Como não celebrar?! Como não agradecer?! E já agora fazer um balanço de vida sobre o rumo a dar até ao próximo aniversário. Um aniversário de cada vez como convém. Ir vivendo mais a curto prazo, melhor ainda, um dia de cada vez, pensando na eternidade da nossa alma.
Safa! Que mania de escrever coisas difíceis! Porque não consegue esta mulher ser simples?! Talvez seja o vosso pensamento…assim de repente e como quem não quer a coisa. Pois é…é tudo mais simples do que parece. O difícil é colocar em prática todas as coisas que fui aprendendo. Mas a grande questão, lembrem-se, está sempre no caminho e no processo. No esforço que fazemos para sermos melhores. Aqui está o segredo. O maior dos oceanos que o nosso planeta tem, não é mais do que um conjunto de pequeninas gotas. Muitas, muitas, muitas. Mas que cada uma delas faz a diferença no resultado final. Assim deverá ser a nossa vivência. Pequeninos nadas, que juntinhos, somados e em conjunto, fazem toda a diferença.
Assim, mal comparado, é como aquele provérbio - e eu adoro provérbios e pensamentos e afins - “tostão a tostão se faz um milhão”. Bocadinho de vida a bocadinho de vida se faz a eternidade. Passos pequenos normalmente são passos seguros. Bem assentes, bem pensados, bem descansados. Sem pressas. Sem correrias. Sem serem maiores que as pernas o que, por vezes, nos brindam com uns valentes tropeções. Os tropeções também fazem parte da vida. Ensinam-nos a não dar os tais passos maiores que as pernas. O que não nos podem ensinar é a ter medo de andar, de dar passos, de cair. Temos que encontrar o nosso próprio equilíbrio, aquele que é só nosso e que não é melhor nem pior do que o de ninguém. Só nosso. Que maravilha! Tantas coisas que são só nossas e à nossa medida e às quais não damos o devido valor…
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