Tanto mar, que as gotas da alma formam.
Tanto mar, que as fagulhas do coração encontram.
Tanto mar, que os olhos guardam, de lágrimas trancadas no
peito.
Tanto mar, tanta água, de sal e de mel, amargo e doce, como a dores que parem amor.
Tanto amor, que a água carrega nas gotas que correm do mar
dos olhos.
Tanto amor, pedaço do peito, fardo da alma, arrastado, penoso e ferido.
Tanto sal, de lágrimas engolidas, escondidas e destravadas
em silêncio.
Tanto mar salgado, tanto amor cravado a ferro quente e chorado a água gelada.
Tantas penas de desencontro, lágrimas salgadas, corridas dos
olhos e perdidas para o mar.
E o mar não se desafia. Chora-se e ajuda-se a aumentar
as gotas das suas águas. Contempla-se. Aceita-se o reflexo que nos
marca o peito. E agarra-se a esperança de que, em troca, ele nos devolva o que
nos rouba. Que nos engula as lágrimas e que nos devolva o amor. Um amor tão imenso,
tão profundo, tão transparente, tão revolto e tão sereno como ele próprio.
Azul. Porque o amor também é azul.
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