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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2016

Um peito aberto

Quero-o bem mais do que perto.  E por mais que procure fechar todas as portas e janelas, Quando se vai, meu peito fica exposto, aberto. Correm-me as tristezas pelas veias e não encontro sangue. Só água salgada.  Leva-me o coração consigo e deixa-me a alma gelada. Fica a noite nos meus olhos e o deserto na minha boca.  Ficam as penas e os poços. Ficam-me as dores e os ossos. Ficam as saudades e as melancolias.  Ficam os dentes afiados e as raivas frias.  Ficam os prantos e os tormentos. Ficam os pensamentos e a vontade. Quando se vai, leva-me o brilho, o ânimo e a liberdade. Fico vazia. Quero-o bem mais do que perto. Junto a mim onde a distância não afasta o seu cuidado.  E há um mar que se interpõe entre o meu querer e o meu peito aberto. E a esperança esconde-se por detrás de qualquer barco parado.  É um dos que quando não vê com os olhos não sente com o coração.  O meu querer cabe num mundo inteiro e o seu cabe todo numa mão.  Mão pequenina, q

As lâmpadas do Céu

Existem coisas difíceis de conjugar na nossa vida. Principalmente para quem acredita num mundo espiritual muito mais rico e extenso do que este que conhecemos com os nossos 5 sentidos. Conjugar o nosso bem-estar terreno com o bem supremo da nossa alma é uma coisa bastante complicada. É de ir à lágrima. Também tem dias de uma alegria inexplicável. De uma paz quase surreal. Caminhar para o bem supremo da nossa alma é uma caminhada que se faz com os pés descalços, calcando cada pedrinha que nos aparece no caminho. Os pés ficam cheios de feridas e às vezes já não nos apetece caminhar mais. Apetece desistir e pronto. Apetece calçar umas pantufas muito fofinhas daquelas que nos fazem andar nas nuvens. Mas quando me dão essas vontades (vezes demais para o meu gosto…) vou de joelhos. Tento arrastar-me. Mesmo sangrando. Se sangro é porque não consigo aceitar o que a minha alma necessita para evoluir. Ou então estou a experienciar as consequências das escolhas menos boas que fiz. Tudo para apre

O fim do mundo

Há dias em que não me apetece escrever. Não é muito bom sinal. Normalmente é sinal de tristeza, daquela que não se trata com as palavras. Ou então apetece-me praguejar com alguns aspetos da vida. E como vou tentando ser melhor pessoa todos os dias (mesmo naqueles em que não consigo e em que me sinto um bicho ruim capaz de bater em meio mundo) opto por não escrever palavras duras, a rasgar. Não ajuda ninguém. Talvez nem me ajude a mim própria. E reforça o meu lado mais lunar, de alguma têmpera fora de ordem, a roçar a fúria. A fúria é o meu pecado mortal. Enfureço-me muito facilmente. Facilmente demais para o bem da minha alma. Esta é a minha luta diária, acalmar os ímpetos e a busca pela serenidade e pela paz. E mais uma vez comecei a desenvolver o assunto pelo lado contrário. Sou perita nisto! Na verdade, hoje é um dos dias em que tenho que escrever senão rebento. Em que tenho as palavras e os pensamentos a bailarem na minha cabeça. E esta dançaria toda incomoda-me. Não me consig