Quero-o bem mais do que perto. E por mais que procure fechar todas as portas e janelas, Quando se vai, meu peito fica exposto, aberto. Correm-me as tristezas pelas veias e não encontro sangue. Só água salgada. Leva-me o coração consigo e deixa-me a alma gelada. Fica a noite nos meus olhos e o deserto na minha boca. Ficam as penas e os poços. Ficam-me as dores e os ossos. Ficam as saudades e as melancolias. Ficam os dentes afiados e as raivas frias. Ficam os prantos e os tormentos. Ficam os pensamentos e a vontade. Quando se vai, leva-me o brilho, o ânimo e a liberdade. Fico vazia. Quero-o bem mais do que perto. Junto a mim onde a distância não afasta o seu cuidado. E há um mar que se interpõe entre o meu querer e o meu peito aberto. E a esperança esconde-se por detrás de qualquer barco parado. É um dos que quando não vê com os olhos não sente com o coração. O meu querer cabe num mundo inteiro e o seu cabe todo numa mão. Mão pequenina, q
(magdalagabriel.gotasdalma@gmail.com)