Gostaria que me conhecesse como se conhece o sabor das maçãs e o cheiro da maresia. Gostaria de ser inconfundível só por ser eu própria. Gostaria de o poder iluminar da mesma forma que uma estrela pequenina ilumina o céu inteiro depois do sol se pôr. Gostaria que visse o meu avesso sem eu ter que lho mostrar, como se vê a areia por baixo da água salgada. Gostaria que o meu silêncio, para si, fosse sempre cheio de palavras. E gostaria que as minhas palavras fossem sempre cheias de amor. Cheias de música, daquela que embala e que nana. Gostaria de ser a paz que lhe falta e a metade que o serena. E gostaria de ser a liberdade que faz parte da sua essência. Daquela que prende o olhar de tão livre que é. Gostaria de ser simplesmente sua. E não por posse, domínio ou por qualquer espécie de grilhão. Apenas porque sim. Por amor. Por não querer ser de mais ninguém. Por querer encostar-me no seu peito como quem encosta a cabeça na almofada que já tem a forma certa. Por me sentir em casa. Por se...
(magdalagabriel.gotasdalma@gmail.com)