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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2016

Breve sobre uma diferença ténue

Hoje acordei a pensar na pequenina diferença (aparente) que determinados conceitos carregam. Li um texto inspirador sobre a diferença entre teimosia e perseverança. Por vezes existe apenas um ou dois pormenores de classe que dividem estes conceitos e que os coloca na ponta contrária da mesma vareta. Funcionam como o polo positivo e o negativo. E a diferença parece ser poucochinha, quase impercetível. Mas nesta diferença é que se encontra o busílis das coisas. Como diz o autor do tal texto inspirador, a perseverança implica traçar e seguir o rumo que faz bem à nossa alma. Perseverar no caminho da evolução e no sair da nossa zona de conforto sem medo e com fé. No fundo é dar gás à luta diária de sermos cada vez melhores pessoas, de procurarmos seguir o nosso caminho original. A teimosia é continuar a marrar num caminho que já sabemos, ou intuímos, que não nos leva a lado nenhum. Trocando a coisa por miúdos, será talvez isto. Se ouvirmos o coração e seguirmos esse caminho, estamos a pe

Receitas para esquecer

Sei lá qual é a receita para se esquecerem pessoas!  Hoje li um texto sobre este assunto e fiquei a pensar sobre isso. Como se esquecem pessoas importantes que desaparecem da nossa vida? Ou como se esquecem amores? Daqueles à séria? Principalmente numa época em que vivemos em cima do acontecimento. Ainda as coisas bem não aconteceram já nós sabemos o que se passou por dentro e por fora. Este imediatismo na informação e na comunicação também me parece que está a influenciar a forma como tratamos as emoções, os amores, as desilusões, as frustrações e tudo o resto que diga respeito ao nosso foro emocional. Já não damos tempo ao tempo. Tem que ficar tudo resolvido aqui e agora, no imediato. Depressa. Saltaricamos de situação em situação. Tendemos a fazer fugas para a frente. A velocidade a que o mundo anda parece não bater certo com a necessidade de tempo que existe no aceitar e integrar as emoções que sentimos. Parece que o rodopio em que o mundo anda faz com que também se tenham car

A questão dos palavrões

Estive a ler um delicioso texto sobre a importância dos palavrões. Isto nem parece literatura para uma senhora. Mas na verdade uma senhora também diz uns libertadores palavrões. Pode dizer para dentro. Pode dizer às escondidas onde ninguém a oiça. Mas diz. Se não disser, terá que ter outras estratégias libertadoras que mobiliza imediatamente em qualquer situação de urgência. Eu gosto de pensar que sou uma senhora mas digo palavrões. Como tenho uma têmpera um bocadinho insuflada, zango-me com muita facilidade e emociono-me com igual facilidade, tenho sempre um palavrão à mão para libertar a tensão. Alguns deles ainda me dou ao luxo de dizer na companhia de algumas pessoas, mais íntimas ou mais especiais. Por vezes, mea culpa, também me saem uns palavrões (pouco cabeludos) em situações de trabalho em que o caldo se entorna. Outras vezes digo para dentro, escondidinha do mundo. Mas lá que é libertador, é! Por outro lado, um palavrão bem aplicado resolve logo o problema. Ou resume a situa

Neste momento

Agora é mais uma daquelas vezes em que necessito escrever para aliviar a impotência que sinto. Saber das coisas e não poder fazer nada para as alterar ou para as ajudar a resolver é difícil de digerir. Eu até tenho digestões muito fáceis. Não preciso de muito tempo para lidar com as coisas ou para falar sobre elas. Costumo dizer que nem tenho estômago, devo ter uma moela, daquelas que tritura tudo. Deus deu-me esta graça de rapidamente ser capaz de trocar por miúdos tudo aquilo que penso ou sinto. Mas esta sou apenas eu. É a minha forma de ser. Cada qual tem a sua forma de lidar com o que sente, com as coisas boas e com as más. Há malta que precisa de tempo para digerir, para pensar, para engolir, para se encontrar. E é fundamental que se respeite estas diferenças na forma que cada um de nós tem para lidar com as emoções e com os sentimentos. No fundo, são as diferenças na forma de se lidar com a própria vida. Existem uns de nós que encaram os problemas de frente, peitudos face ao que

19 de fevereiro de qualquer ano

19 de fevereiro. Hoje é um dia que marca a minha vida. Dois dias depois do meu aniversário, no dia 19 de todos os meses de fevereiro, fico nostálgica. No dia 19 de fevereiro do ano em que fiz 17 anos de idade, amadureci tanto que quase caía de madura. Independentemente de ter sido há muitas luas atrás, todos os dias 19 de fevereiro guardo um bocadinho só para mim e para o meu avô materno. Foi o dia em que ele partiu para o Céu e eu ainda não tinha perdido ninguém. Foi a primeira vez que alguém muito querido faleceu. E desde essa data que recordo o meu avô quase todos os dias. Os anos vão passando mas o amor não passa. As saudades não passam. O que acontece é que as saudades se transformam. Deixam de doer para serem recordações e vivências muito, muito queridas. Já por aqui falei neste meu avô. Que me ensinou tanto! Que me amou tão bem! Na verdade não era meu avô de sangue. Era padrasto da minha mãe desde os seus 3 anos de idade. Ensinou-me que a família é feita pela força do amor e nã

O meu aniversário

Ontem foi o dia do meu aniversário. Antigamente não lhe dava muita importância. Hoje em dia já dou. É um dia de agradecimento por ter nascido. Por ter tido a oportunidade de viver neste mundo que, apesar de tudo, é maravilhoso. Eu adoro a vida e todas as suas coisas boas, as suas graças, as suas belezas, os seus prazeres. Apesar de por vezes ser atacada (à má fila) pela tristeza, pelo cansaço, pela ira ou pelas saudades, sou uma pessoa de essência muito alegre e energética. Adoro festa, rir e gargalhar. Adoro tudo o que me faz bem. E comecei a tentar fazer, pelo menos uma vez por dia, uma coisinha qualquer que me dê muito prazer, que me faça muito bem ou que eu goste particularmente. Só por causa da tosse. Todos os dias tenho que fazer alguma coisa de útil para a minha alma ou para o meu coração. Ando a ver se sou disciplinada no cumprimento deste propósito. Como já tive a experiência de ir desta para outra melhor, dou muito valor às coisas boas da vida. E essas coisas boas têm sempre

Cansaço

Por vezes não consigo saber o que pensar. Os factos mostram-me uma coisa e o meu coração diz-me outra. Claro que eu sou muito dada a ouvir o que o meu coração me diz. Embora de vez em quando, ele, o meu coração, proteja mais as outras pessoas do que a mim própria. E eu fico um tempo à nora sem saber o que pensar, o que deduzir. Tenho horror a ser injusta com o que penso. Daí que me custe tanto quando estou numa fase de limbo relativamente a qualquer coisa ou a alguém. Por um lado tenho um impulso resolutivo e de saber o porquê das coisas. De saber as razões por detrás dos atos. De saber os sentimentos por detrás das ações. Mas temo sempre que o meu mau génio interfira na opinião que formo. E prefiro não fazer nada ou não dizer nada a ser injusta. A injustiça é talvez das coisas que mais me magoa e penso que também poderá magoar as outras pessoas. Mas também tenho muita dificuldade em andar neste carrocel emocional. Sem saber o que pensar ou o que sentir. A abrir e a fechar o coração.

Perspetivas

Há uma estrada que vamos seguindo e onde se encontram todos os cruzamentos e todos os caminhos alternativos. Parece-me que quando nascemos trazemos este caminho original que nos vai fazer passar por determinados pontos onde se recolhem determinadas aprendizagens. Assim como quem acumula pontuação para o evoluir da alma. Sei que é assim. Combinamos estas coisinhas todas com o Céu antes de virmos cá para este lado. A maçada é que não nos lembramos de nada…E então, muitas vezes, desviamo-nos do caminho original. Em vez de seguirmos pelo melhor e menos tortuoso, escolhemos caminhos alternativos, sinuosos, com muitas curvas e precipícios e que nos causam muito sofrimento. Usamos a nossa cabeça, a tal que é formatada apenas pela vida, pela racionalidade, pela causalidade, pela sociedade e pelos instintos de sobrevivência e de pertença. Esquecemos que a bagagem divina que trazemos do Céu, quando nascemos, vem toda no nosso coração. E é nele que guardamos as memórias do nosso caminho original

Caminhadas e carpas

Ontem fiz uma das minhas caminhadas. Daquelas que me fazem bem ao corpo e à alma. Enquanto caminho, aprecio a paisagem e vou colocando os pensamentos em ordem. Vou arquivando ideias, trabalhando emoções e destilando as saudades. Como se sabe, sou muito atreita a saudades. Quando me falta o que me faz falta, as saudades aparecem fazendo um ruído que quase dá conta de mim. Procuro mobilizar todos os recursos possíveis e imaginários para me ir contendo. Para não me desorganizar, para chorar só por dentro. Ando a ficar perita em chorar sem ninguém dar por isso. Um choro a sério com soluços e tudo. E lá vou caminhar e apreciar a criação. Ontem vi um monte de peixes, carpas, penso eu, a irem ao sabor da corrente da ribeira. Apenas se deixavam ir pela ribeira abaixo, sem esforço. Sem gastarem energia a contrariar a força das águas. E pensei em como uns bichinhos de sangue frio sabem tão bem o que fazer. Como aproveitam o que está ao seu dispor e como têm a sabedoria de não contrariar a força

Navegar e outras coisas

Como o dia hoje estava um bocadinho troncho, lá desato a encontrar formas de me animar. Para além de destilar as emoções aqui no blog e escrever até me cansar, desato a ouvir musica. Encontro o que me apetece ouvir, o que me faz sentido. Estou a ouvir uma música muito bonita que se chama “navegar em mim”. E a letra faz-me todo o sentido. Resumindo a coisa: para se amar alguém ou para se ser amado não basta as tralhas habituais da sedução, é preciso que o outro “navegue em mim”. Só assim é amor de verdade. O tema do amor (amor de qualquer género) sempre me inspira. Faz-me sempre pensar. E, como não consigo desligar os pensamentos, mais vale partilhá-los por aqui. Alguém navegar em nós deve ser uma coisa maravilhosa. Em primeiro lugar porque só se navega no mar e o mar é sempre um ambiente maravilhoso. Pelo menos para mim. E se eu fosse um mar, como seria bom que alguém que me amasse fosse capaz de navegar em mim! Parece-me que este “navegar” encerra muito mistério. Parece ser uma coisa

Viver de esperança

O equilíbrio é um estado de alma que me custa muito a conseguir. É com muito esforço. Faço muita força para manter a paz e a serenidade no coração. Costumo dizer que tenho um coração indomável e com vida própria. E é mesmo assim. Tenho um coração que sente de forma tão intensa que ultrapassa todas as fronteiras da minha própria consciência. Passo a vida a controlá-lo, a cortar-lhe as asas, a colocar-lhe rédeas. Diria até que muitas vezes o amachuco e calco bem calcadinho. Para que ele não me ultrapasse nem desate a extravasar os limites que inutilmente lhe tento impor. É verdade que um coração intenso, que sente tudo e mais um par de botas, é uma graça divina. E, todos os dias, agradeço essa dádiva ao Céu. Mas todos os dias também peço que o Céu me ajude a lidar com isto. Sem ajuda não é possível. Não é possível controlar torrentes de emoções e de sentimentos sem ajuda. Não é possível controlar toneladas de amor sem lhes poder fazer nada de especial. Por vezes, o coração é assim como