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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2018

Migalhas

Existem alturas na nossa vida em que as melhores decisões doem que se fartam. Em que a escolha tem que ser feita a pensar em nós e não apenas a pensar no bem estar dos outros, como de costume. Existem momentos em que temos que escolher entre amarmo-nos a nós próprios ou amar o outro. Sabendo que as duas coisas em simultâneo não são compatíveis. Sabendo que não nos mantemos íntegros e inteiros se persistirmos em amar sozinhos. Amar sozinho ou amar pelos dois é uma situação que tem os dias contados à partida. Não se aguenta durante muito tempo. Pesa mais do que aquilo que o nosso coração suporta. Por outro lado, no amor ninguém manda. Ninguém decide por quem se apaixona, nem ninguém tem culpa que o outro se tenha apaixonado. Mas estas histórias evoluem e alimentam-se de reciprocidade. Sem reciprocidade, sem equilíbrio, só amor não basta. E só amor de um lado então é que não basta mesmo. Quando um dá e outro recebe, não é dividir a coisa a meias. É uma relação unívoca, só com um sentido

Mea Culpa

Estava aqui a pensar em como é fácil perder-se a noção das prioridades, da hierarquia das coisas, da importância e do valor. De repente, na primeira contrariedade, tudo se mistura e uma farpazinha num dedo transforma-se numa calamidade física. É tão fácil perdermos a perspetiva e o foco. De repente, já não sabemos para que lado andamos. Aconselho sempre ver o telejornal para que as nossas maçadas se coloquem no devido lugar. Tanta energia que gastamos a preocuparmo-nos com coisas que nem ainda aconteceram, com o futuro e com todos os " e ses" do nosso mundinho pequenino e ridículo. Se olharmos para o que se passa no mundo, com outros iguaizinhos a nós, passa-nos logo a vontade de termos pena de nós próprios e de termos medo de nada e de tudo, principalmente do que não aconteceu. As desgraças que estão a acontecer não podem ser vistas como quem vê um anúncio na TV. Já que infelizmente aconteceram, já agora, vale a pena mostrarmos um bocadinho de respeito e de solidariedade co

A tertúlia e eu

Sabem que esta coisa do escrever tem que ser com alma. Não se escreve como quem cozinha ou como quem arruma um armário. Escreve-se com o coração, com a essência. Com o sofrimento, com a alegria, com o amor profundo, com a emoção, com a contemplação, com a ferida, com a sangria desatada. Não se escreve com as palavras. Escreve-se com sangue, com aquele que jorra do coração. Ou escreve-se com a luz que sai da alma.  Ponto final parágrafo.  As palavras são apenas os pingos de tinta que fazem com que os outros vejam, oiçam, sintam ou percebam o que nos vai por dentro. A escrita faz com que eu própria consiga colocar ordem nas minhas emoções e nos meus sentimentos. Escrever faz com que eu consiga conhecer-me melhor. E quanto melhor eu me conheço, melhor sou para os outros. Mais compreensiva, mais tolerante, mais paciente. Com a escrita aprendi a escutar melhor o meu coração. Aprendi a desligar mais a cabeça. Quando escrevo só quero a cabeça a servir de dicionário. Só serve para encontr