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Mensagens

A mostrar mensagens de 2019

Luto e gratidão

Olá! Tenho andado em hibernação em relação à escrita. Quando se quer acalmar e serenar o sangue, por vezes, tem que se hibernar mesmo. Mastigar os sentimentos e as emoções. Ruminar tudo aquilo que precisamos curar, resolver e deixar ir para podermos seguir em frente. Andei a visitar alguns dos meus textos antigos e fiquei de boca aberta a pensar que o tempo é, efetivamente, como o azeite. Revela sempre a verdade. Agora, já tenho uma distância razoável para poder olhar para mim própria de uma outra forma. Do mesmo modo, já passou tempo suficiente também para pensar nos outros com a frieza ou a imparcialidade necessária. E o tempo tem sempre razão. É uma grande aprendizagem saber esperar o necessário para que as coisas tomem o seu devido lugar. Esta tem sido uma das minhas grandes aprendizagens. Eu tenho a mania de deitar logo fogo aquilo que eu sei que vai arder, poupando tempo. É para se fazer? Então faz-se. É para desfazer? Então desfaz-se. A vida tem-me ensinado a contrariar est

Flor de Lótus

Hoje é um dia muito especial!  Há uma Flor de Lótus que hoje é aniversariante!  Já se sabe que eu tenho a mania de apelidar as pessoas de flores ou de fadas ou de pérolas ou de outra coisa qualquer que me faça sentido. Sempre com amor e estabelecendo uma ligação ou uma associação com ressonância (para mim, claro está!). Se calhar, esta pessoa especial a quem eu chamo de Flor de Lótus, não faz a mínima ideia que eu a comparo a uma flor e, muito menos, a uma Flor de Lótus. Se tivéssemos alguma dúvida sobre a bondade amorosa do nosso Criador, bastaria que contemplássemos as flores. Lindas, diversas, coloridas, perfumadas, exóticas, e outras tantas caraterísticas maravilhosas. Para além de serem a representação da beleza da criação, para mim, representam igualmente algo que tenho andado a aprender: a delicadeza e a doçura. E a força que daí advém. As flores são grandes lições de vida! Mesmo as que têm espinhos: representam a dualidade do ser humano, a dualidade da vida na terra. Rep

Já 20 anos?

Hoje vou escrever para a minha filha mais velha. Daqui a nada está a fazer 20 anos! Nem consigo acreditar! O meu botão de flor, a fazer 20 anos! E apetece-me centrar a conversa de uma maneira diferente da habitual. Estou sempre a dizer como deve ser, a corrigir, a sugerir coisas, a lembrar disto e daquilo, a dar opinião de mãe, etc. Passo a vida a querer enfiar-lhe pela goela abaixo, como quem enfia um xarope, os tais valores que me parecem essenciais e fundamentais para que seja um bom ser humano. Estou sempre neste registo de mãe a fazer "mãezisses". Hoje apetece-me fazer uma abordagem diferente, até porque ela merece. Hoje vou centrar a conversa em mim. Não lhe vou dizer como deve de ser. Vou-lhe dizer como foi e como tem sido. O primeiro filho é sempre aquele que nos muda a vida de uma forma extraordinária. É o experimentar de um amor maior, impossível de definir e de quantificar. Passamos a aplicar com muita precisão a teoria da relatividade. Depois do primeiro fi

O estado da arte

Os últimos tempos têm sido "diferentes". Tenho andado em processo de cura. Pedi muito ao Criador que me abençoasse com o dom da cura. De todas formas que fossem necessárias. Caiu-me a ficha sobre a importância deste processo.  Em primeiro lugar, para mim própria. A primeira obrigação que tenho comigo própria é tratar da alma, da psique e do corpo. O primeiro passo neste processo foi o de perceber que precisava de cura. Foi preciso ter a consciência de que tinha feridas, dores e sofrimentos. Foi necessário dar aquele grito libertador que nos ajuda a mudar a vida, a interna e a externa. Por vezes, as dores e as feridas fazem-nos companhia, habituamo-nos a elas e já fazem parte de nós. Fazem parte da nossa mobília. E vai-se ficando exausta sem se dar por isso. Esta exaustão vai aparecendo de mansinho, como uma névoa suave e vai tomando conta de nós, devagarinho. Quando damos por isso, estamos capazes de nos mandarmos ao chão, com vontade de desistir. Os pensamentos e os senti

Ser tola

Ele há dias em que me sinto a pessoa mais tolinha que o Criador deitou ao mundo.  Considero-me uma mulher inteligente mas sou muito pouco esperta. Alguém que se cruzou na minha vida há uns anos, disse-me esta pérola: "(...) és uma mulher muito inteligente mas muito pouco esperta (...)" . Na altura fiquei podre com a observação. Hoje em dia, dou a mão à palmatória, e parece-me que a tal pessoa estava cheia de razão. Esperteza, de facto, eu não tenho nenhuma. Particularmente porque sou uma pessoa crédula. Acredito no que me dizem. Não sou desconfiada. Não passo a vida a pensar que me vão fazer a folha e muito menos penso que me estão a mentir ou a manipular. Normalmente escolho acreditar no que me dizem. Escolho ver o melhor que as pessoas têm. Parece-me que existe sempre a possibilidade de as pessoas mudarem para melhor. Acredito que se tratarmos as pessoas como se elas fossem melhores do que aquilo que realmente são, estas terão um potencial de desenvolvimento no bom senti

Dentro e fora

Profissionalmente, passo a vida a dizer que a aprendizagem é sempre um processo de relação. Aprende-se em relação com o outro ou em relação a determinada referência. Isto no que diz respeito à nossa face mais mundana e comum. No que diz respeito à nossa alma, e às nossas aprendizagens evolutivas, a coisa pia mais fininho. Aliás, a coisa pia que se farta, de uma forma agudíssima. Aprender dói. Pia fino e dói. Também nesta vertente evolutiva, nós aprendemos em relação e na relação. Existem dois vetores distintos que se complementam de forma extraordinária. Como tudo na vida, a dualidade também está presente nestes processos. Para se evoluir, é tão importante darmos um mergulho profundo para dentro, no nosso interior, como é importante ir navegando a vista, em relação ao que nos vai aparecendo no mundo exterior. É tão importante o mundo de dentro como é o mundo de fora. São as duas faces da mesma realidade, a nossa. A de cada um. Na minha relação com o outro eu entendo muita coisa em mim