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O aniversário da Magdala!

Amanhã vou comemorar um aniversário muito importante: foi o dia em que dei início a esta aventura da escrita! Parabéns para a Magdala que fez um ano de existência!

Na verdade, a Magdala já vive em mim desde não sei quando. Não tenho a noção de quando comecei a ter tantos mundos por dentro. Talvez desde que me lembro de mim própria. Desde sempre. Tenho sim a noção de quando tive a necessidade de escoar tudo o que interiormente transbordava. E isso começou no ano passado. Quando comecei a sentir imensas coisas entaladas na garganta e que não podia dizer, ao vivo e em presença, a quem me apetecia. Também talvez tenha cimentado uma aprendizagem grande que começou a ter estas consequências – percebi que as palavras só fazem eco quando os outros estão preparados para as receber. Aprendi que a verdade não pode ser dita a todo o custo. Até porque a verdade é apenas a minha e não a dos outros. Por outro lado aprendi que não vale a pena conversar sobre aquilo que os outros não querem conversar. Eu tinha era um problema grande: tantos mundos por dentro, tanta coisa pensada, tanta coisa sentida, tanta palavra a saltar-me por tudo o que era poro e por tudo o que era veia. E tornou-se imperativo encontrar uma estratégia para lidar com esta imensidão e intensidade. Mares de coisas cá por dentro, na minha cabeça e no meu peito. 

E tive duas ajudas preciosas, responsáveis por esta história toda e por este repositório de 136 textos escritos. A primeira foi a minha estrelinha. Comecei a ter imensas coisas para lhe dizer sem ser possível dizê-lo de viva voz. E desatei a escrever-lhe. Assim como que uma conversa à moda antiga. Por carta. E em tempos modernos, por carta digital. Era mais fácil escrever-lhe do que falar. Umas vezes porque não era possível falar por indisponibilidade física para o efeito e outras vezes porque ainda me atrapalhava um bocadinho a dizer certas coisas ao vivo. Apesar de ter muita facilidade em escrever e falar de sentimentos, pensamentos, espiritualidades e afins, também me atrapalho e enrolo de vez em quando. Principalmente quando as estrelinhas brilham muito. Mas enfim. A questão é que as palavras desataram a fazer-me umas cócegas nos dedos, impossíveis de suportar a sangue frio. 

E comecei com imensa vontade de escrever sobre tudo, ultrapassando a vontade de escrever apenas para a minha estrelinha. Embora já lhe tenha dito (à minha estrela) inúmeras vezes, que toda a responsabilidade sobre esta descoberta é sua. Descobri esta vertente à sua conta. Tem todas as culpas no cartório. Mesmo que a minha estrela um dia deixe de ser o astro que me ilumina, ficar-lhe-ei grata para sempre. Ajudou-me a descobrir uma parte de mim que eu não sabia que existia. E a descoberta de nós próprios, é uma coisa maravilhosa e que tenho tentado fazer sistematicamente. Agradeço-lhe profundamente esta ajuda. É um bem tão grande que a minha estrela me fez!

Por outro lado, eu não consigo escrever sem propósito. Tenho que escrever sempre inspirada por qualquer coisa que me venha das entranhas. Mas não me bastava ficar com os textos fechados. Despeja-los num diário ou assim não me traziam nenhuma satisfação, não me dava qualquer sensação de alívio. E neste contexto aparece a outra culpada desta história toda: a minha fada! A minha melhor amiga que começou a incentivar-me, melhor, a moer-me para eu escrever de forma mais sistemática. “Faz um blog”, dizia ela. “Vá, do que é que estás à espera?”. E eu respondia que sabia lá fazer um blog e que interesse é que isso teria para alguém. Mas o bichinho carpinteiro começou a carpintar. E com os pós de perlim-pim-pim desta fada que me conhece melhor do que ninguém, um dia enchi-me de vontades e resolvi fazer este blog. Sem sistema, sem planeamentos, sem divulgações, sem coisa nenhuma a não ser o que me vai na alma. A não ser a vontade espontânea de salpicar gotinhas por todo o lado. E aqui cheguei. Com mais de 5700 visualizações. O que para mim é impressionante! Sem quase ninguém saber quem está por detrás da Magdala Gabriel. Só os mais íntimos é que sabem. A minha fada sabe desde o texto 1. Parece-me que ficou ainda mais contente do que eu! E tem-me ajudado tanto! Quando eu não tenho a mínima ideia do impacto do que escrevo, a minha fada troca-me tudo por miúdos. E faz os seus comentários que para mim são preciosos. E fica admirada com algumas coisas que escrevo, o que a mim também me admira. É que a opinião dela é a opinião que mais valorizo no mundo. É a que mais respeito. É a que sempre faz eco na minha alma. Portanto, a minha fada tem 50% de responsabilidade sobre este desfiar de novelo. A minha estrelinha, os outros 50%.

Não me foi tão fácil dar a conhecer o blog à minha estrela como foi à minha fada, como é evidente. A minha fada conhece-me há 25 anos, por dentro, por fora e nos entremeios. Para dar a conhecer o blog à minha estrela, embora o tenha feito ainda no início da coisa, pensei um bom bocadinho. Foi preciso perceber se tinha ou não confiança para o fazer. Foi preciso ultrapassar o medo do julgamento. Foi preciso entregar estas intimidades todas na mão de uma pessoa que não se conhece assim tão intimamente. Foi na base da fé. Foi rezando para que ao menos me fosse dado o benefício da dúvida. É que por aqui iria começar a desatar uma data de nós e de laços, e a destilar tristezas e alegrias. E falar sobre o que acredito e sobre a forma como acredito. Sobre a minha própria espiritualidade e transcendência. E eu não queria ter travões. Não queria deixar de escrever o que me ia na alma por medo do que a minha estrela poderia pensar. Porque ainda não me conhecia assim tão bem. Porque não sabia (embora tivesse a esperança) se me iria dar o benefício da dúvida. E que não iria julgar o que não compreendia em mim. Que iria aceitar, sem reservas, a minha esquisitice. Mas rapidamente tomei a decisão de lhe dar a conhecer o blog. Esta também sou eu. E nesta altura da vida, não me apetece meios conhecimentos. Não me apetece esconder-me e reservar-me para quem me é especial. Se não me conseguirem aceitar, tenho que andar em frente. Já não quero fazer escolhas por medo. Muito menos pelo medo do que os outros pensem de mim. Graças a Deus, este é um medo há já muito tempo ultrapassado. Assim, estrela que é estrela na minha vida, ou ilumina o embrulho todo ou não. E assim, mais uma vez aqui cheguei. E a minha estrela deu-me o benefício da dúvida. E não me sinto julgada nem mais esquisita com a sua opinião. Hoje em dia, a todas as pessoas que me dão o benefício da dúvida e que não agem comigo como se eu fosse um bicho esquisito, um ET, eu agradeço-lhes profundamente. E este é outro bem que a minha estrelinha me tem feito. 

Ainda bem que isto é um blog e não um livro. Se isto fosse um livro, eu teria que ter dois números um, da primeira edição, para autografar e oferecer um à minha estrela e outro à minha fada. Ou teria, com toda a certeza e razão, um incidente diplomático. 

Assim, ofereço em tom de agradecimento, 50% deste blog a cada um deles, um mais pela inspiração e outro mais pelo suporte embora os papéis se invertam de vez em quando. Sou tão abençoada, tenho tanta sorte! Tenho uma estrela que me ilumina e uma fada que me envolve numa nuvenzinha dourada, cheia de pó de estrela, daquele que faz voar. Daquele que faz esticar as asas para além do que parecia ser possível. Que lindo, não é?

Hoje e amanhã, vou ser muito feliz!

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