Avançar para o conteúdo principal

Aniversário de uma fada

Hoje é um dia muito importante! É o dia de aniversário da minha melhor amiga, de uma das minhas manas de coração. Daquelas que se transformaram em família por escolha. Os melhores amigos são a família que escolhemos. E como costumo dizer, a família é construída com a força do amor, não é à força de sangue. Diz-se que a família são os amigos que Deus escolheu para nós e os amigos são a família que nós escolhemos. Pode ser. É uma forma bonita de ver as coisas. 

A minha mana que hoje completa mais um ano de vida faz parte da minha família mais íntima. Aliás, ninguém me conhece tão bem como ela nem ninguém me cuida tão bem como ela. É uma pessoa maravilhosa daquelas muito raras e muito especiais. E agradeço sempre a Deus a sua presença. É quem me sabe ler por dentro e por fora. Como costumo dizer a brincar: tudo o que é passível de ser sabido, sobre mim própria, esta fada sabe. E sim, fada será talvez o nome de código que tenho para ela. Porque esta minha mana de coração é simplesmente uma fada. Daquelas que flutua serenamente. Daquelas que paira sobre a nossa vida. Daquelas atentas e cuidadoras que sabe o que nós precisamos sem que seja necessário pedir. Que vê para além do que está à vista. Que quer saber, que se importa e que ama muito bem as pessoas. Sem cobranças, sem apertos e sem restrições. Desde sempre que lhe digo que ela é a melhor pessoa que eu conheço, e é verdade. Tem o melhor dos corações e a melhor das almas. Para além de tudo isto, Deus deu-lhe de presente uma característica que é tão rara, tão rara que nos dias de hoje está quase em vias de extinção: a sua candura. Transborda pureza e candura sem deixar de ser sábia. Sem deixar de ser atenta. Sem deixar de, apenas com um olhar, saber exatamente onde está e com quem está. Apesar da sua maravilhosa pureza, é uma pessoa muito lúcida e com os pés bem assentes na terra.

Esta minha tão grande amiga é uma fada por diversas razões. Uma das quais é a sua capacidade de entender os corações das outras pessoas. Os seus males e as suas dores. Compreende-as sem ter que sentir na pele. E sabe fazer milagres com aquilo que compreende. Ninguém me sabe acalmar como ela. Principalmente quando me salta a mola. Eu tenho cá uma molinha que de vez em quando me faz perder a tampa da cabeça e aqui vai disto. Esta fada sabe colocar a mola no sítio sem quase eu dar por isso. Também será a pessoa, no mundo inteiro, em quem eu mais confio. É a temperança e a constância em pessoa. Já tenho escrito sobre ela algumas vezes porque de facto é admirável. Faz o que diz que faz. Simplesmente. E esta simplicidade é fantástica. Esta fada tem uma simplicidade que é admirável. Uma simplicidade celeste. Parece-me que os anjos devem ser assim. Ou melhor, esta fada deve andar a caminhar para anjo. Asas já tem…não sei bem a diferença entre as fadas e os anjos, mas não há de ser muita. Daí que a admire tanto. E tenho tanto para lhe agradecer. Há 25 anos que somos amigas. Unha com carne. Nunca nos zangámos nem nunca discutimos mais rispidamente. Respeitamo-nos profundamente. E ao longo destes 25 anos já passámos muitas coisas juntas. E, nos momentos fundamentais da minha vida, ela estava lá. Nos melhores momentos, ela esteve lá. Nos piores, também. E isto é precioso. Numa altura em que as pessoas parecem que são quase descartáveis e tratadas como cartas de um baralho, usadas em função do jogo que se joga, uma amizade verdadeira e profunda quase que é peça de exposição! Mas esta é uma das peças fundamentais e basilares da minha vida. O que mais me interessa na vida são as pessoas. E, principalmente, interessam-me aquelas pessoas que moram no meu coração. Esta minha amiga, no meu coração, tem um mundo só para ela. E, nesse mundo, tem uma vivendaça com um jardim a perder de vista. À beira-mar que é para o ambiente ficar perfeito. Será o ambiente que ela merece, o que de melhor eu tiver para lhe oferecer. E ofereço-lhe o melhor que tenho. Pelo menos o melhor que sou capaz de oferecer. 

Claro que esta minha amiga também é esquisita. Também vive na estratosfera, como eu. Também pouca gente a entende. Também se sente diferente do comum dos mortais. Sofre dos males de pensar intuitivamente, ouvindo o seu coração, confiando no Céu e vendo para além do que está à frente dos olhos. Esta sabedoria tem um preço. E esta fada sabe bem qual é o preço que se paga por se ser fada. Mas mesmo assim, sendo corajosa como é, segue o seu caminho original. Cumpre a sua missão. Mesmo que doa, segue em frente. É a guerreira mais suave que conheço! Não conheço mais ninguém assim. Hoje é o seu dia de aniversário! Ela gosta deste dia. Se ela gosta, eu também. Se ela não tivesse nascido neste dia, no ano em que foi, talvez não nos tivéssemos encontrado. Assim, tudo bateu certinho e aqui estamos a seguir a vida em paralelo, partilhando o possível. As minhas crias adoram-na como se ela de facto fosse sua tia. Faz parte da nossa casa, dos nossos códigos genéticos.

E assim sendo, Feliz Aniversário minha fada!!!

Comentários

As mais lidas...

Os olhos da alma

Existem olhares que matam. Não matam a vida mas matam o coração e a alma. Hoje estou neste comprimento de onda. A pensar na importância que os olhares têm. Eu, que sou uma pessoa cheia de palavras e que adoro este tipo de expressão, sou uma franca apreciadora de olhares. Não só de olhares como também de todo o conjunto de formas não verbais de comunicarmos uns com os outros. Da mesma forma que o nosso subconsciente e o nosso coração são muito mais inteligentes que o nosso cérebro e que a nossa racionalidade, o não verbal expressa muito mais sinceramente o que o outro está a pensar ou a sentir. E o olhar é majestoso nesta forma de comunicar. Penso que existem olhares que salvam e olhares que condenam. E não são necessárias quaisquer palavras a acompanhar o que se diz com os olhos.  Neste momento tenho os pensamentos a mil à hora (o que não é difícil, tratando-se de mim). E penso nestas coisas dos olhares. Da importância que tem olharmos os outros, olhos nos olhos, de igual para igu

Corações à janela

De vez em quando o meu coração sai fora do peito. Deixa um lugar vazio. Cheio de nada. Vai espreitar à janela. Vai ver se existem outros corações como ele, a espreitarem, a ver se encontram o que lhes falta. Quando se espreita à janela de uma casa vazia, vê-se fora uma multidão que ainda torna mais vazia a casa da janela onde se espreita. A janela de onde o meu coração espreita tem uma vista colossal sobre a rua da amargura. Da janela vêem-se outros corações a espreitar. Uns despedaçados, outros partidos. Todos os corações inteiros e de saúde encontram-se dentro do peito onde pertencem. Quanto muito, passeiam de um peito ao outro quando se trocam palavras de amor. Não espreitam à janela de casas vazias. Mas uma casa vazia torna-se muito grande, muito solitária e muito fria para que um coração rasgado possa estar sozinho em paz a sangrar. Tem que se entreter e vai espreitar à janela. Tem que ver se encontra um outro coração com quem possa partilhar as mágoas. E faz adeus aos outros

A parvoíce de verão

Resolvi renovar a imagem deste blog. Os meus mundos necessitam de ser dinâmicos. Diz-se que as aquarianas são assim. Detestam rotinas e mais do mesmo. Assim, vou alterando o que posso alterar. Com tantas cores que a vida tem, não é necessário andar-se  sempre com os mesmos tons. Por outro lado, quando não se consegue mudar questões estruturais da nossa vida (embora nos apeteça) vamos mudando o que podemos mudar, o que está ao nosso alcance.  Resolvi então arejar um dos meus mundos mais queridos, o da escrita. Como sou eu própria, mantenho uma certa constância em termos cromáticos e de forma. Há coisas que aqui, tal como na vida, não abdico. São muito próprias, muito minhas. De resto, adoro experimentar tudo o que é diferente de mim. O que é meu eu já conheço. Interessa-me experimentar tudo o que é novo. Deve ser mesmo por ser aquariana de signo com ascendente em aquário. Muito aquário por metro quadrado! Não me safo do exotismo deste arquétipo. Falo disto como se percebesse alguma