Li uma frase que me ficou a remoer cá dentro. "Compra-se o que tem preço, conquista-se o que tem valor". Bonita, não é? E parece assim uma daquelas banalidades lamechas que aparecem em qualquer lado. Mas fiquei a pensar no assunto. Começa logo na grande confusão que existe entre os conceitos de preço e de valor. Olhando do meu prisma, há coisas que não têm preço e têm um valor infinito. E vice versa. Há coisas que até têm um preço considerável e não tem valor absolutamente nenhum. Ou valem apenas o que valem. Por vezes parece que se comprarmos muitas coisas com um preço alto, estamos a ganhar valor. Se calhar vale muito a pena pensarmos na distinção destes conceitos e descobrir, na verdade, o que para nós tem valor. E o que tem valor, normalmente é-nos oferecido, gratuitamente, ou conseguimos conquistar ou cativar. Não se compra. Não tem preço.
Quantas vezes o "eu tenho" se confunde com o "eu sou". Se eu tiver muitas coisas, se eu comprar muitas coisas, logo sou muito gente. Sou rico, sou poderoso, sou alguém. Estou a comprar estatuto, prestigio, importância e poder. E isto assim espremidinho, o que é que dá? Quando o "eu tenho" perde tudo, o que é que fica? Para onde vai o estatuto, a importância, o poder? Quem fica do nosso lado quando a coisa aperta? Quando somos despojados daquilo que tem preço? O que fica de valor nas nossas vidas? Para onde vão os supostos amigos, os supostos amores, aquelas pessoas que pareciam que nos davam valor quando nós tínhamos coisas com preço? O que fica e quem fica quando a vida nos ensina à força, a toque de caixa, a distinguir o preço do valor? Boa pergunta, não é? Já me têm dito que eu tenho a mania de fazer perguntas difíceis...
Mas a mim parece-me que nas questões é que a coisa vai. Mais do que ter respostas para tudo, é importante saber-se fazer perguntas. Sobre tudo. Sobre a nossa vida. Sobre o porquê das coisas. E, quando fazemos as perguntas certas, as respostas normalmente aparecem. E ganhamos sabedoria. E o nosso mundo avança porque somos capazes de fazer opções em função do valor e não em função do preço. O que tem preço serve para sobrevivermos, para nos dar conforto e prazer. Nem mais, nem menos. O que tem valor faz-nos viver com paixão. Dá-nos alegria. Faz-nos transcender. Então porque perdemos tanta vida com o que tem preço e gastamos tão pouco com o que para nós tem valor? Porque compramos tanto e gastamos tão pouco de nós a conquistar e a cativar o que valorizamos? Porquê? Porque é que temos tanta vergonha de dizer que gostamos, que amamos, a demonstrar os nossos sentimentos quando dizemos que o amor é o que tempera a vida. Ou que uma vida sem amor não vale de nada. Porque agimos de forma tão pouco coerente? Porque é que por vezes tratamos melhor quem nos paga do que quem nos ama? Que dessincronia...
E no fundo, no fundo, todos precisamos exatamente do mesmo. Queremos exatamente o mesmo, sabendo ou não disso. Queremos que gostem de nós. Que nos aceitem ou que nos achem o máximo. Procuramos todos o mesmo: afeto. A diferença é que alguns pensam que o afeto se compra. Outros que se conquista. Outros acham que se tiverem poder, logo terão afeto. Ou confundem afeto com obediência. Há muita malta mal amada, não há? E não conquista nada, não cativa nada. Apenas compra ou deseja comprar o que parece que lhe falta. Que pena. Que tristeza.
É verdade que não podemos obrigar ninguém a gostar de nós ou a amar-nos. Mas podemos, no mínimo, amarmo-nos a nós próprios. Não é fazermos comparações com ninguém, ou com condicionalismos. Ou sermos muito exigentes com a nossa própria pele. Primeiro temos que nos conhecer, olhar para dentro com honestidade e depois aceitarmos o que encontramos. Podemos sempre melhorar um bocadinho se isso for importante. A partir do momento em nos conhecemos e nos aceitamos tal como somos, o caminho está aberto para o amor próprio poder ganhar raízes e crescer em direção ao sol. É só ir deixando fluir. E, o amor próprio, não tem preço. Mas tem um valor incalculável. É a base do amor incondicional e confiante, sem "ses", nem "mas", nem rédeas. E seremos pessoas muito melhores.
Quantas vezes o "eu tenho" se confunde com o "eu sou". Se eu tiver muitas coisas, se eu comprar muitas coisas, logo sou muito gente. Sou rico, sou poderoso, sou alguém. Estou a comprar estatuto, prestigio, importância e poder. E isto assim espremidinho, o que é que dá? Quando o "eu tenho" perde tudo, o que é que fica? Para onde vai o estatuto, a importância, o poder? Quem fica do nosso lado quando a coisa aperta? Quando somos despojados daquilo que tem preço? O que fica de valor nas nossas vidas? Para onde vão os supostos amigos, os supostos amores, aquelas pessoas que pareciam que nos davam valor quando nós tínhamos coisas com preço? O que fica e quem fica quando a vida nos ensina à força, a toque de caixa, a distinguir o preço do valor? Boa pergunta, não é? Já me têm dito que eu tenho a mania de fazer perguntas difíceis...
Mas a mim parece-me que nas questões é que a coisa vai. Mais do que ter respostas para tudo, é importante saber-se fazer perguntas. Sobre tudo. Sobre a nossa vida. Sobre o porquê das coisas. E, quando fazemos as perguntas certas, as respostas normalmente aparecem. E ganhamos sabedoria. E o nosso mundo avança porque somos capazes de fazer opções em função do valor e não em função do preço. O que tem preço serve para sobrevivermos, para nos dar conforto e prazer. Nem mais, nem menos. O que tem valor faz-nos viver com paixão. Dá-nos alegria. Faz-nos transcender. Então porque perdemos tanta vida com o que tem preço e gastamos tão pouco com o que para nós tem valor? Porque compramos tanto e gastamos tão pouco de nós a conquistar e a cativar o que valorizamos? Porquê? Porque é que temos tanta vergonha de dizer que gostamos, que amamos, a demonstrar os nossos sentimentos quando dizemos que o amor é o que tempera a vida. Ou que uma vida sem amor não vale de nada. Porque agimos de forma tão pouco coerente? Porque é que por vezes tratamos melhor quem nos paga do que quem nos ama? Que dessincronia...
E no fundo, no fundo, todos precisamos exatamente do mesmo. Queremos exatamente o mesmo, sabendo ou não disso. Queremos que gostem de nós. Que nos aceitem ou que nos achem o máximo. Procuramos todos o mesmo: afeto. A diferença é que alguns pensam que o afeto se compra. Outros que se conquista. Outros acham que se tiverem poder, logo terão afeto. Ou confundem afeto com obediência. Há muita malta mal amada, não há? E não conquista nada, não cativa nada. Apenas compra ou deseja comprar o que parece que lhe falta. Que pena. Que tristeza.
É verdade que não podemos obrigar ninguém a gostar de nós ou a amar-nos. Mas podemos, no mínimo, amarmo-nos a nós próprios. Não é fazermos comparações com ninguém, ou com condicionalismos. Ou sermos muito exigentes com a nossa própria pele. Primeiro temos que nos conhecer, olhar para dentro com honestidade e depois aceitarmos o que encontramos. Podemos sempre melhorar um bocadinho se isso for importante. A partir do momento em nos conhecemos e nos aceitamos tal como somos, o caminho está aberto para o amor próprio poder ganhar raízes e crescer em direção ao sol. É só ir deixando fluir. E, o amor próprio, não tem preço. Mas tem um valor incalculável. É a base do amor incondicional e confiante, sem "ses", nem "mas", nem rédeas. E seremos pessoas muito melhores.
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