Feliz Ano de 2016!
Desejo que este ano que ainda agora começou possa trazer tudo o que for necessário para que cada um de nós seja mais feliz. E, na verdade, não é bem o ano que vai mudar muita coisa na nossa vida. Somos nós que temos que mudar em primeiro lugar. Temos que decidir internamente e depois concretizar ou consubstanciar a decisão tomada. Por vezes bastará decidir caminhar para que o caminho se abra. Outras vezes basta querer muito, e os ingredientes juntam-se à nossa volta. E o Ano Novo trará um vector fundamental para as tais mudanças que deverão começar por nós: uma esperança renovada! Acabámos de ganhar mais 366 dias de esperança. Esta é a magia de uma ano novinho em folha, a estrear! A esperança que nos oferece. E em cada dia, poderemos mudar o mundo. O importante é começar por algum lado em nós. Numa coisinha qualquer pequenina que nos faça sentido. Que seja importante. Numa dimensão muito pequenina quase microscópica. Não importa. Importa é começar por qualquer lado. Diz que um elefante se come aos bocadinhos. E é verdade. Não podemos querer mudar tudo ao mesmo tempo. Deitarmo-nos uma pessoa e acordarmos outra. Temos que começar por um lado qualquer, nem que seja pela unha do dedo mindinho. Tudo é importante. Experimentem ter uma ferida na unha do dedo mindinho e vão ver a importância que ela tem! Encalha em todo o lado e com tudo!
As grandes mudanças que tenho experienciado e que tenho visto acontecer nos outros são mudanças que acontecem devagarinho. Pé ante pé. Sem se dar por isso. E assim discretamente, vão construindo o seu chão. Vão construindo com segurança e com certeza. E, um dia, por qualquer pormenor aparentemente sem importância, repara-se que se é melhor pessoa. Ou que se está mais em paz. Ou que não se gasta energia com ninharias. Ou que não se quer viver uma vida de faz de conta ou de aparências. Ou que já não se corre para se fugir dos problemas. Ou que já não se esconde a cabeça debaixo da areia como as avestruzes. Ou outra coisa qualquer do mesmo género. Estas mudanças estruturais na nossa maneira de encarar a vida, por regra, vão acontecendo paulatinamente. O mais importante é começar e querer muito. Depois, a Divina Providência vai encarregar-se de nos ajudar nestas tarefas. Tudo o que é para o nosso bem, Deus ajuda. Na maior parte das vezes apenas está a aguardar que queiramos. Assim que quisermos evoluir, Deus ajuda. Pode não ser exatamente da forma como estamos à espera ou da forma que nos parecerá lógica. Mas Deus é que sabe qual é a melhor forma para chegarmos onde temos que chegar. Mais uma vez, acreditar, entregar e confiar no Céu. A esperança no principio, no meio e no fim de tudo. Mesmo quando o desanimo ataca, temos que nos lembrar de como é bom ter esperança. De como ela nos conforta, nos mima e nos consola. A esperança foi um presente que Deus nos deu para que nunca nos sentíssemos sozinhos. A esperança coloca um sorriso no nosso rosto mesmo quando nos apetece chorar. Dá uma chamazinha ao nosso coração quando este se sente frio ou é deixado ao Deus dará. Quando ninguém quer saber. A esperança é uma voz permanente que Deus nos dá a dizer que de um momento para o outro tudo poderá ficar melhor. Tudo poderá ser diferente. A esperança é a voz das surpresas boas. Das serenatas inesperadas. A esperança é uma dádiva divina de toda a importância. Salva-nos do desalento, da solidão, da tristeza profunda e de mais um conjunto nefasto e doloroso de emoções.
Como princípio de vida, costumo esperar que aconteça o melhor, em esperança plena, não deixando de me preparar para que o pior possa ocorrer. Esta preparação para que as coisas aconteçam ao contrário também ajuda a preparar e a amenizar o embate e a traçar novo rumo. Esta preparação não atrapalha em nada a esperança imensa de que tudo corra pelo melhor. Deus deu-me esta graça de viver de esperança. As poucas vezes que esta me faltou é como se me faltasse o ar que respiro. Tenho assumido para mim que não sei viver sem esperança. E peço a Deus que me a renove a cada dia que passa. No mesmo pedido, acrescento a lucidez. Peço sempre ao nosso Pai que me dê a lucidez de ver, de compreender, de sentir e de pensar as coisas tal e qual como são. Para começar o ano, esperança e lucidez já ajudam muito, não é? Pois que assim seja.
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