“Admiro as pessoas que me arrancam sorrisos,
Quando eu menos espero e mais preciso,
Já tive momentos bem sofridos,
Já tive momentos bem sofridos,
Que eu dei a volta com um só sorriso…
Hoje enviaram-me um poema muito bonito sobre a amizade. Não faço a ideia quem é o autor mas foi um miminho que me ofereceram. E quem mo ofereceu, a minha melhor amiga, sabe da importância que eu dou à amizade e o quanto eu gosto de palavras. As palavras podem ser o melhor presente do mundo! Para mim são. Em termos de presentes, das coisas que mais gostei de receber foram palavras daquelas bonitas, sentidas e honestas. Houve palavras que já me salvaram a vida, isto é, que me devolveram a paixão por viver. Assim, sempre que alguém me mima com palavras, faladas ou escritas, eu fico com o coração cheio de alegria! Palavras e flores são os melhores presentes do mundo! (Vá lá, um bombom de vez em quando também cai bem.)
A minha amiga ofereceu-me este mimo porque se lembrou - como todas as
melhores amigas sabem fazer – que hoje é um dia tristonho para mim. Antes de eu
entristecer muito esta minha irmã de coração resolveu dar-me um mimo para me
aliviar a alma. Para fazer com que o meu coração se lembre de bater para um
lado bonito em vez de se entristecer e partir um bocadinho. Esta minha irmã é a
pessoa que melhor me conhece, de forma integrada, como um todo. E, como as
irmãs de coração fazem, já antecipa os momentos menos bons. E, melhor do que
tudo isso, faz alguma coisa para os resolver ou amenizar. Que pessoa
fantástica, não é? Existem outras pessoas, também encantadoras, com coração
cheio de coisas bonitas mas que não são capazes de as mostrar e de antecipar o
estado de alma dos outros. Às vezes até sabem e sentem tudo mas ainda não são
capazes de fazer nada com isso. Se Deus quiser, o tempo há de resolver esse
assunto. Tudo se resolve com o tempo embora esta frase me aborreça muito…é que
como se sabe, sou muito resolutiva e pouco paciente. Mas a vida lá me tem dado
todas as condições para eu aprender a ser tolerante e paciente. O que nós não
somos, a vida encarrega-se de ajudar a transformar.
Voltando ao poema: esqueci-me que existe um outro mimo que eu adoro –
sorrisos! É verdade, nada melhor que um sorriso para animar. E eu adoro pessoas
que me fazem sorrir. E que me oferecem sorrisos rasgados e iluminados. Um
sorriso tem tantas expressões como têm as próprias palavras. Assim de repente,
parece-me que não há açúcar no mundo que seja capaz de destronar um sorriso
doce. E estes sorrisos doces fazem-nos derreter. Eu derreto-me com toda a
facilidade, até aborrece. Se me quiserem levar na certa, um sorriso doce
desarma-me por inteiro. Também já houve sorrisos que me salvaram. Os que me
ofereceram com muita espontaneidade e aqueles que eu fui capaz de colocar
nalgum rosto triste. Não existe nada mais gratificante do que provocar
sorrisos. Mesmo que seja a dizer disparates. Eu sou muito propensa a dizer
disparates. Quando temos palavras para dar e vender, em cascata, também temos
disparates em paletes. O bom dos disparates é que fazem sempre alguém sorrir ou
até gargalhar. A gargalhada desta minha amiga é fenomenal. Às vezes, do nada,
ela que é a constância e a temperança em pessoa, desata numa gargalhada pegada
só de ouvir os disparates que eu digo. E eu fico tão feliz por isso! É tão bom
conseguir dar uns pinguinhos de alegria a quem nos dá tanto amor. Também a
gargalhada da minha estrelinha é uma beleza. Principalmente quando está triste.
Sai um disparate meu e salta uma gargalhada. Imaginam o que é uma estrela à
gargalhada? Ilumina um mundo inteiro. Pelo menos o meu mundo ilumina. Os
sorrisos valem impérios! São a expressão da alma e do coração. Adoro. Penso que
se conhece muito das pessoas pelos sorrisos que têm. Mas isso também é outra
história. Este texto está a ficar uma bagunça. Mistura tudo…
Mas hoje é um dia em que eu também estou toda misturada. Com estados
emotivos um bocadinho antagónicos. Apetece-me sorrir e chorar ao mesmo tempo.
Se eu fosse o tempo deveria dar direito a uma data de arcos-íris. Chovia e
fazia sol em simultâneo. Enfim. Existem dias em que se fica partidinha sem se
poder fazer nada contra. Por outro lado, é sinal que existe alguma coisa para
partir e uma causa muito bonita que provoca tanto caco. Mas as coisas são como
são. E no meio das rachadelas lá aparecem umas palavras bonitas, uns sorrisos
doces e outros mimos que nos aconchegam o coração, principalmente quando ele
resolve amuar e enfiar-se no casulo próprio que os corações também têm. Os
corações têm vontade própria. Pelo menos o meu tem. Às vezes sente coisas que
não são dele, sente tudo e mais um par de botas. Também só vai por onde quer.
Só embica para o lado que entende e não há nada que o faça mudar de rota. E,
quando racha, resolve virar as costas ao mundo e, durante o tempo, só fala com
os meus olhos. Não admite conversas com mais ninguém. E quando a conversa esgota,
de exaustão, vai enfiar-se no seu casulo e só sai quando sarar a ferida. Depois
desata a contar saudades, a fazer risquinhos como os prisioneiros fazem. Enfim,
enfim, enfim.
No meio destes estados de murchice lá aparecem por vezes uns mimos e
umas preciosas palavras que fazem com o coração lá resolva espreitar pelo buraquinho da fechadura do
casulo. Enquanto ele espreita e não espreita, eu tenho um bocadinho de paz e
consigo, também eu, sorrir.
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