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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2016

O que eu gostaria...

Gostaria que me conhecesse como se conhece o sabor das maçãs e o cheiro da maresia. Gostaria de ser inconfundível só por ser eu própria. Gostaria de o poder iluminar da mesma forma que uma estrela pequenina ilumina o céu inteiro depois do sol se pôr. Gostaria que visse o meu avesso sem eu ter que lho mostrar, como se vê a areia por baixo da água salgada. Gostaria que o meu silêncio, para si, fosse sempre cheio de palavras. E gostaria que as minhas palavras fossem sempre cheias de amor. Cheias de música, daquela que embala e que nana. Gostaria de ser a paz que lhe falta e a metade que o serena. E gostaria de ser a liberdade que faz parte da sua essência. Daquela que prende o olhar de tão livre que é. Gostaria de ser simplesmente sua. E não por posse, domínio ou por qualquer espécie de grilhão. Apenas porque sim. Por amor. Por não querer ser de mais ninguém. Por querer encostar-me no seu peito como quem encosta a cabeça na almofada que já tem a forma certa. Por me sentir em casa. Por se

Desabafos a sangue frio

Hoje estou num dia em que me apetece ouvir Country Music. E é o que estou a fazer. É um género de música simples, sem grandes elaborações, genuína e que vem diretamente dos corações. E nos dias em que estou apenas a tentar levar a coisa, tudo o que vem do coração ajuda-me a aguentar. A música é a minha grande companheira de todas as horas e de todos os estados de espírito. Hoje é daqueles dias em que não vivo, aguento. Esta expressão também vem de um maravilhosa música cantada pela Élis Regina, “Maria, Maria”. A letra desta canção fala da força de ser mulher. E é uma beleza. Deixa-me um bocadinho mais confortada e isso faz-me bem. Uma outra frase que retiro dessa letra é: “…a estranha mania de ter fé na vida”. Apesar de tudo o que nos faz vergar, continua-se com a estranha mania de se ter fé na vida. Mais do que ter fé na vida, tenho fé no Céu e sei que tudo tem uma razão de ser. Mas existem dias em que é mais difícil carregar o fardo. Em que parece que caminhamos contra o vento, sem

Mil anos

Estou a ouvir o fabuloso Pedro Abrunhosa. E na canção, ele diz que “temos mais de mil anos e somos o certo e os enganos”. O Pedro Abrunhosa sempre me inspira. Até porque me parece que é da luz, do bem e do amor. E desato por aqui a fazer associações de ideias e de pessoas. Interessante como às vezes se sente que conhecemos alguém que nos é muito querido desde sempre. Para aí há uns mil anos. Ou então, as coisas que conseguimos dizer, pensar e partilhar parece que são tão intrincadas, com tanta cumplicidade que nos faz parecer ancestrais. E, juntos, temos mais de mil anos de sentimentos e de pensamentos. Existem assim algumas pessoas na minha vida. Muito poucas. Assim de repente lembro-me da minha melhor amiga. A minha mana de coração. Basta um tom de voz para se perceber alguma coisa. Basta um olhar ou um sorriso para se saber o estado da arte uma da outra. Acontecem coisas engraçadas como estarmos ambas a ligar uma para a outra sem nada combinado. Ou a termos os mesmos pensamento

O outro lado do medo

“Tudo o que queremos está do outro lado do medo.” Mais uma leitura e mais uns pensamentos. Já me fartei de refletir sobre esta frase. E já escrevi muitas vezes que o medo é a antítese do amor. Que o medo é que nos tolhe a ação. E que muitas vezes tomamos decisões em função do medo (mais ou menos disfarçado) e não em função do amor. E que lhe damos muita importância. Gastamos mais energia com o que nos faz mal em vez de a gastarmos com o que nos faz bem. Gastamos mais recursos a fugir do medo do que a enfrentá-lo. Gastamos mais energia a esconde-lo ou a atafulhá-lo nos nossos baús internos do que a fazer desabrochar o amor. Parece ser a natureza humana…eu não acredito nisto. Parece-me que a nossa natureza, a nossa essência é divina, faz parte de Deus e, logo, tem que ser de amor e não de medo. Mas como ainda somos aprendizes nestas coisas do ser divino, ainda nos moemos e prendemos ao medo em vez de nos entregarmos ao amor.  A primeira pergunta que se impõe é a seguinte: o qu

Era uma vez...

Era uma vez. Ainda não comecei nenhum texto com o “era uma vez”. Isto porque aquilo que escrevo não são histórias, nem fábulas nem lindas lendas. Eu adoro-as mas não sei escrever nada dessas coisas. Só sei escrever o que sinto e o que penso. Ou sobre algo que me inspira. E, lá muito de vez em quando, faço uma pseudo brincadeira com as palavras. Mas, na realidade, “era uma vez” é uma linda forma de se começar a escrever seja sobre o que for. Este início de conversa, “era uma vez”, leva-me imediatamente para o mundo dos livros e de um imaginário maravilhoso que era tão vivido na infância. E, quando somos crianças, tudo o que imaginamos é real. Todo o faz de conta é muito a sério. Por vezes tenho saudades de sentir nas entranhas a realidade do que se passa na minha cabeça ou no meu coração. Tenho saudades de ter a certeza de que tudo o que sinto é de verdade. De que tudo o que penso, é assim mesmo. Pelo menos durante o bocadinho em que estou a pensar ou a sentir. Para quem que como eu

Preço e valor

Li uma frase que me ficou a remoer cá dentro. "Compra-se  o que tem preço, conquista-se o que tem valor". Bonita, não é? E parece assim uma daquelas banalidades lamechas que aparecem em qualquer lado. Mas fiquei a pensar no assunto. Começa logo na grande confusão que existe entre os conceitos de preço e de valor. Olhando do meu prisma, há coisas que não têm preço e têm um valor infinito. E vice versa. Há coisas que até têm um preço considerável e não tem valor absolutamente nenhum. Ou valem apenas o que valem. Por vezes parece que se comprarmos muitas coisas com um preço alto, estamos a ganhar valor. Se calhar vale muito a pena pensarmos na distinção destes conceitos e descobrir, na verdade, o que para nós tem valor. E o que tem valor, normalmente é-nos oferecido, gratuitamente, ou conseguimos conquistar ou cativar. Não se compra. Não tem preço. Quantas vezes o "eu tenho" se confunde com o "eu sou". Se eu tiver muitas coisas, se eu comprar muitas coisas

Mãe de flor

A rosinha encantada do meu jardim, a minha cria mais nova, festejou o seu aniversário. Uma azáfama como devem ser as festas de aniversário. E, no meio da confusão e dos preparativos, vou pensando sobre o dia lindo em que esta rosinha veio ao mundo. Há uma dúzia de anos atrás. E penso em como fui abençoada como mãe. Por mais que pareça uma coisa inerente à maternidade, não é verdade, de forma generalizada, que entre pais e filhos exista um amor assim tão forte. Existe na maior parte dos casos. Infelizmente existem exceções em que pais e filhos se detestam e violentam-se mutuamente. Chegam a matar-se. Quase não se fala disto mas existem casos demais. No que me diz respeito, amo as minhas crias mais do que a minha própria vida. E é um amor que cresce todos os dias. E elas também me dedicam muito amor. É um amor tão grande que quase dói. As minhas crias são muito diferentes uma da outra e ambas têm-me ensinado tanta coisa! Nunca pensei que fosse possível! E, se olhar com os olhos da a

Bagunça sem titulo

“Admiro as pessoas que me arrancam sorrisos, Quando eu menos espero e mais preciso, Já tive momentos bem sofridos, Que eu dei a volta com um só sorriso… Hoje enviaram-me um poema muito bonito sobre a amizade. Não faço a ideia quem é o autor mas foi um miminho que me ofereceram. E quem mo ofereceu, a minha melhor amiga, sabe da importância que eu dou à amizade e o quanto eu gosto de palavras. As palavras podem ser o melhor presente do mundo! Para mim são. Em termos de presentes, das coisas que mais gostei de receber foram palavras daquelas bonitas, sentidas e honestas. Houve palavras que já me salvaram a vida, isto é, que me devolveram a paixão por viver. Assim, sempre que alguém me mima com palavras, faladas ou escritas, eu fico com o coração cheio de alegria! Palavras e flores são os melhores presentes do mundo! (Vá lá, um bombom de vez em quando também cai bem.) A minha amiga ofereceu-me este mimo porque se lembrou - como todas as melhores amigas sabem fazer – que hoje

Esponjinha emocional

Hoje apetece-me falar de uma espécie particular de pessoas: aquelas a quem se chamam de esponjas emocionais. Estas esponjinhas são as que têm o condão de perceber e de sentir o estado emocional de outras pessoas. Claro que isto não acontece indiscriminadamente. Estas esponjinhas pressentem o estado emocional de quem lhes está no coração. Intuem o que se passa no coração dos outros da forma como Deus permite e quando Deus permite. Parece que é para se ir sabendo o estado da arte. Isto não é nada fácil de se gerir. Em primeiro lugar não é nada fácil de se falar no assunto quanto mais de gerir! Tenho que partir do princípio de que quem partilha este bocadinho de tempo comigo acredita nalguns dons que Deus nos dá e que não são ensinados na escola nem na catequese. Será necessário acreditar-se que, para além dos talentos e características objetivas e visíveis que as pessoas possuem, cognitivas, criativas ou artísticas ou desportivas, existem também um conjunto de outras características

Sucesso

Existem palavras que nos ficam a martelar na cabeça. E eu tenho um certo problema com as marteladas – incomodam muito. E quando estas me passam da cabeça para o derramar da veia, tenho que aliviar a tensão e desatar a escrever. Hoje é um desses dias. Tenho alguma aflição interna sem conseguir dar-lhe uma definição. Sem conseguir isolar e limitar as fronteiras do que me está a moer o coração e a alma. Pelo menos parece-me que ainda não fui capaz de pensar serenamente sobre esse assunto. É daquelas vezes que não me apetece fazer este exercício porque na verdade sei o que vou encontrar e tenho que dar asas a algum desaconchego e alguma dor. Mas como não sou de fazer de conta, vou ter que me colocar a caminho de mim própria muito rapidamente. Para deixar doer e depois sarar o melhor possível.  Mas não era sobre isto que eu queria falar. O que me martela é o resultado de uma ótima conversa de almoço tida com a minha estrelinha. A tal que me ilumina que se farta. E ficaram-me umas frase

Esperança e lucidez

Feliz Ano de 2016! Desejo que este ano que ainda agora começou possa trazer tudo o que for necessário para que cada um de nós seja mais feliz. E, na verdade, não é bem o ano que vai mudar muita coisa na nossa vida. Somos nós que temos que mudar em primeiro lugar. Temos que decidir internamente e depois concretizar ou consubstanciar a decisão tomada. Por vezes bastará decidir caminhar para que o caminho se abra. Outras vezes basta querer muito, e os ingredientes juntam-se à nossa volta. E o Ano Novo trará um vector fundamental para as tais mudanças que deverão começar por nós: uma esperança renovada! Acabámos de ganhar mais 366 dias de esperança. Esta é a magia de uma ano novinho em folha, a estrear! A esperança que nos oferece. E em cada dia, poderemos mudar o mundo. O importante é começar por algum lado em nós. Numa coisinha qualquer pequenina que nos faça sentido. Que seja importante. Numa dimensão muito pequenina quase microscópica. Não importa. Importa é começar por qualquer l