Às vezes não há remédio. De vez em quando assalta-me uma sensação de impotência por aquilo que não consigo mudar. Também me parece que esta sensação é pedagógica. Mas, como a maior parte das coisas que nos ensinam, também magoam. Que pena não podermos alterar fora de nós o que nos parecia ser melhor de outra forma. Também é verdade que, nesta altura do campeonato, já sei que o que não posso mudar fora, tenho que mudar dentro. E é talvez isto que doa mais. Quando ainda não sou capaz de mudar dentro. De ter uma outra atitude e aceitação sobre as coisas. Não consigo ainda e sempre, incondicionalmente, aceitar com paz o que não consigo alterar. Tento muito, procuro fazê-lo e de vez em quando até consigo. Mas não consigo sempre. Há vezes em que é muito difícil. Principalmente o que tem a ver com outras pessoas em que o respeito pela sua identidade e forma de ser tem que ser maior. Ou total. Mas quando certas pessoas são muito importantes para mim, a exigência torna-se maior.
Dizem-me que sou muito exigente. Levei algum tempo até entender porquê. Se não cobro nada, não exijo nada, não reclamo e fico no meu canto, respeito a liberdade de cada um acima de tudo, onde raio está a exigência? Mas tenho a noção de que sou exigente e de que luto contra ela todos os dias. Também no que diz respeito a estas coisas, estes conceitos estão dentro de nós. Mesmo que não manifeste a exigência no meu comportamento e na minha relação com o outro, ela está cá dentro. Eu sei que ela mora no meu peito. Encontra-se lá desde sempre. Sou exigente comigo própria e com os outros. Se os outros têm formas diferentes de se comportarem, de se relacionarem comigo, de demonstrarem a sua afeição, eu deixo que assim seja. Não peço nada e em termos relacionais e comportamentais não exijo mesmo nada. Deixo cada um andar como quer. Mas a exigência está presente porque, verdadeiramente, no meu peito, importo-me. Sinto mágoa e gostaria que fosse diferente. E não consigo aceitar com toda alegria o melhor que os outros são capazes de oferecer. Por vezes fazem mesmo o melhor que são capazes de fazer. E esse melhor tem que ser suficiente para mim. Mas onde me oiço com honestidade, não é. Não chega. Tal como de vez em quando também me parece que não chego para isto ou para aquilo. Ou para alguém. E esta é uma aprendizagem que ando a fazer. Talvez das mais difíceis.
A vida, que é mestra por excelência, tem-me confrontado com inúmeras situações e com inúmeras pessoas que me fazem trabalhar esta questão. E assim há-de ser até que aprenda. Até que eu saiba receber tudo sem qualquer mágoa e tudo com alegria. O quase nada, o pouco e o muito. Falo particularmente das pessoas que cuidam para dentro, gostam para dentro e sentem para dentro. Sem saber como isso se demonstra. Sem serem capazes de partilhar o que têm no coração. Têm uma maneira diferente da minha de lidar com os sentimentos. E, na verdade, não é melhor nem pior, é diferente. Para mim, de acordo com a minha referência, é pior. Principalmente porque não se tem reciprocidade que se desejava. Mas não se deveria desejar nada. Deveria estar-se em modo “tábua rasa” e tudo o que viesse seria bem-vindo e recebido com alegria. E essa maneira diferente de lidar com os sentimentos seria apenas diferente. E boa por ser diferente. E eu tenho tanto para aprender.
E também me sinto cansada só das aprendizagens que tenho pela frente. Porque é que estas lições não passam por osmose? Eu seria mais feliz e saberia fazer os outros um bocadinho mais felizes também. Sem criar energias menos positivas. Sem dores. Hoje é dos tais dias que me apetecia hibernar e acordar com tudo aprendido. Talvez o sabor não fosse o mesmo. Talvez as boas surpresas não surpreendessem tanto. É verdade. Eu sei a importância que as aprendizagens têm. E sei da importância da evolução enquanto alma. Sei dessas coisas todas. Mas hoje sinto-me uma simples humana em baixo de forma que lhe apetecia padecer da felicidade de ser ignorante.
Dizem-me que sou muito exigente. Levei algum tempo até entender porquê. Se não cobro nada, não exijo nada, não reclamo e fico no meu canto, respeito a liberdade de cada um acima de tudo, onde raio está a exigência? Mas tenho a noção de que sou exigente e de que luto contra ela todos os dias. Também no que diz respeito a estas coisas, estes conceitos estão dentro de nós. Mesmo que não manifeste a exigência no meu comportamento e na minha relação com o outro, ela está cá dentro. Eu sei que ela mora no meu peito. Encontra-se lá desde sempre. Sou exigente comigo própria e com os outros. Se os outros têm formas diferentes de se comportarem, de se relacionarem comigo, de demonstrarem a sua afeição, eu deixo que assim seja. Não peço nada e em termos relacionais e comportamentais não exijo mesmo nada. Deixo cada um andar como quer. Mas a exigência está presente porque, verdadeiramente, no meu peito, importo-me. Sinto mágoa e gostaria que fosse diferente. E não consigo aceitar com toda alegria o melhor que os outros são capazes de oferecer. Por vezes fazem mesmo o melhor que são capazes de fazer. E esse melhor tem que ser suficiente para mim. Mas onde me oiço com honestidade, não é. Não chega. Tal como de vez em quando também me parece que não chego para isto ou para aquilo. Ou para alguém. E esta é uma aprendizagem que ando a fazer. Talvez das mais difíceis.
A vida, que é mestra por excelência, tem-me confrontado com inúmeras situações e com inúmeras pessoas que me fazem trabalhar esta questão. E assim há-de ser até que aprenda. Até que eu saiba receber tudo sem qualquer mágoa e tudo com alegria. O quase nada, o pouco e o muito. Falo particularmente das pessoas que cuidam para dentro, gostam para dentro e sentem para dentro. Sem saber como isso se demonstra. Sem serem capazes de partilhar o que têm no coração. Têm uma maneira diferente da minha de lidar com os sentimentos. E, na verdade, não é melhor nem pior, é diferente. Para mim, de acordo com a minha referência, é pior. Principalmente porque não se tem reciprocidade que se desejava. Mas não se deveria desejar nada. Deveria estar-se em modo “tábua rasa” e tudo o que viesse seria bem-vindo e recebido com alegria. E essa maneira diferente de lidar com os sentimentos seria apenas diferente. E boa por ser diferente. E eu tenho tanto para aprender.
E também me sinto cansada só das aprendizagens que tenho pela frente. Porque é que estas lições não passam por osmose? Eu seria mais feliz e saberia fazer os outros um bocadinho mais felizes também. Sem criar energias menos positivas. Sem dores. Hoje é dos tais dias que me apetecia hibernar e acordar com tudo aprendido. Talvez o sabor não fosse o mesmo. Talvez as boas surpresas não surpreendessem tanto. É verdade. Eu sei a importância que as aprendizagens têm. E sei da importância da evolução enquanto alma. Sei dessas coisas todas. Mas hoje sinto-me uma simples humana em baixo de forma que lhe apetecia padecer da felicidade de ser ignorante.
A minha sorte é que estas coisas dão-me forte mas passam muito depressa. E amanhã o dia vai estar, de certeza absoluta, irrepreensivelmente radioso. Por dentro e por fora.
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