Há dias muito bonitos. Dias em que sol começa a brilhar melhor logo pela manhã. A luz que ilumina o céu parece mais esplendorosa. Mais azul. O ar que nos enche o peito parece mais puro. A vida acorda mais bonita e cor-de-rosa. Se calhar, não é bem a vida que acordou virada para o lado certo. Talvez sejamos nós. Talvez quando acordamos para o lado bom cá dentro do peito, a vida lá fora fica muito mais bonita embora tudo continue no mesmo lugar em que se foi deitar ontem.
A nossa maneira de ver e de olhar a vida transforma-a. Muda-lhe a cor e o semblante. Muda o brilho do sol e qualidade do ar. É este o poder que encerramos no nosso peito, no nosso coração. Temos cá dentro o poder de mudar fora o que quisermos. Na verdade, tudo depende da forma como olhamos, como sentimos, como encaramos as coisas e a importância que lhes damos.
Estou muito melhor no que diz respeito ao relativizar, do olhar a vida com filtro cor-de-rosa e do dar importância ao que realmente a tem. Diz que o segredo está na nossa forma de olhar. Parece-me que sim. E quando a vista está turva, esfregamos os olhos e toca a andar para a frente. Olhar a vida com tons suaves, pacificadores e amorosos transforma-a também. Disto eu tenho a certeza. Também quando olhamos os outros com um filtro de alegria e de bondade, ajudamo-los a serem mais alegres e boas pessoas. Este é um dos poderes que o nosso coração tem. O nosso coração encerra todo o poder que nós quisermos. Definindo-se poder como a capacidade de influenciar a nossa vida e os outros à nossa volta.
Também é verdade que o outro lado da moeda do poder, é a responsabilidade. Com o poder tem que vir a responsabilidade, ambos balizados pelo amor. Se eu tenho capacidade para influenciar a minha vida e a dos outros, tenho que o fazer pelo melhor. Amando-me e amando bem o outro. Em busca e em nome de um bem supremo. E o bem também deve ser bem feito, como dizia S. João de Deus. Com responsabilidade e com amor. O que é feito com amor raramente dá asneira. Não pode fazer assim tanto estrago. Normalmente, por mais que isto custe a entender, é a nossa racionalidade que tem uma tendência desgraçada para a asneira. O amor que sai diretinho do nosso coração sem ser processado ou transformado é sempre certeiro. Nunca dá errado. A grande mestria está em saber-se atuar a partir de um amor puro e fluido sem o deixar ir ao crivo da racionalidade. Isto é, sem se usar assim tanto as teias, os nós, as regras, as categorias e os preconceitos que temos armazenados na nossa cabeça. Um amor puro nem sabe a força que tem. Nem ele nem nós. Esta imprevisibilidade na força do amor é maravilhosa.
Uma certa dose de imprevisibilidade e de surpresas nas nossas vidas é o que lhe dá o tempero. Muitas vezes tentamos tornar tudo previsível. Dá-nos segurança. Dá-nos uma falsa sensação de controlo. Faz-nos esquecer de que não controlamos nada. Que não somos donos nem senhores de coisa nenhuma. Num momento o sol brilha e a paz reina e no momento seguinte levanta-se uma rabanada de vento que deixa tudo virado do avesso. A nossa vida funciona como a meteorologia. É suposto haver estações do ano, alguma previsibilidade no tempo que vai fazer, estudam-se as épocas habituais das coisas, as temperaturas médias, a humidade média, a pluviosidade média e mais uma data de médias e acontecimentos habituais e expectáveis. Mas, de repente, uma intempérie acontece e troca as voltas aos senhores da meteorologia. Também a vida nos troca as voltas e as tintas. De um momento para o outro, o que era, deixou de ser. Lá se foram as previsões e as médias para o caneco. Servem só para o que servem. Para orientar muito vagamente. Não mais do que isso. As rotinas apenas servem para poupar energia. Não servem para mais nada.
O sal da vida está no que não estava previsto. Naquele acontecimento que trouxe um coração cheio. No que bateu à porta sem ter sido convidado. No que apareceu sabe Deus de onde. Neste ou naquele pormenor que afinal se tornou em "por maior". A beleza das coisas vai muito para além da evidência. Está no que não se vê, no que não se explica. Todo o lado não tangível e não previsível da vida é muito mais interessante do que a rotina do quotidiano. Também por isso é que o amor é tão precioso, senhor de uma beleza inexplicável e invisível, encerra surpresas, imprevisibilidades e fenómenos naturais que nenhum senhor da meteorologia consegue padronizar. Tão depressa faz bom tempo como no instante seguinte se levanta um tufão. Em 5 segundos. Não há fórmulas nem estudos que aguentem. Apenas podemos dizer que com o coração cheio de amor, há dias muito bonitos independentemente do tempo que faz. Também haverá dias em que no peito choverão gotas de água salgada até ao inundar da alma. Faz parte. E haverá pores do sol quentinhos, deslumbrantes e pacificadores, e tempestades de tornados, relâmpagos e trombas de água. O amor não faz a coisa por menos. Chama a si tudo a que julga ter direito sem que tenhamos tempo de riscar uma vírgula ou de dizer "pio". E não é isto fantástico?
Também é verdade que o outro lado da moeda do poder, é a responsabilidade. Com o poder tem que vir a responsabilidade, ambos balizados pelo amor. Se eu tenho capacidade para influenciar a minha vida e a dos outros, tenho que o fazer pelo melhor. Amando-me e amando bem o outro. Em busca e em nome de um bem supremo. E o bem também deve ser bem feito, como dizia S. João de Deus. Com responsabilidade e com amor. O que é feito com amor raramente dá asneira. Não pode fazer assim tanto estrago. Normalmente, por mais que isto custe a entender, é a nossa racionalidade que tem uma tendência desgraçada para a asneira. O amor que sai diretinho do nosso coração sem ser processado ou transformado é sempre certeiro. Nunca dá errado. A grande mestria está em saber-se atuar a partir de um amor puro e fluido sem o deixar ir ao crivo da racionalidade. Isto é, sem se usar assim tanto as teias, os nós, as regras, as categorias e os preconceitos que temos armazenados na nossa cabeça. Um amor puro nem sabe a força que tem. Nem ele nem nós. Esta imprevisibilidade na força do amor é maravilhosa.
Uma certa dose de imprevisibilidade e de surpresas nas nossas vidas é o que lhe dá o tempero. Muitas vezes tentamos tornar tudo previsível. Dá-nos segurança. Dá-nos uma falsa sensação de controlo. Faz-nos esquecer de que não controlamos nada. Que não somos donos nem senhores de coisa nenhuma. Num momento o sol brilha e a paz reina e no momento seguinte levanta-se uma rabanada de vento que deixa tudo virado do avesso. A nossa vida funciona como a meteorologia. É suposto haver estações do ano, alguma previsibilidade no tempo que vai fazer, estudam-se as épocas habituais das coisas, as temperaturas médias, a humidade média, a pluviosidade média e mais uma data de médias e acontecimentos habituais e expectáveis. Mas, de repente, uma intempérie acontece e troca as voltas aos senhores da meteorologia. Também a vida nos troca as voltas e as tintas. De um momento para o outro, o que era, deixou de ser. Lá se foram as previsões e as médias para o caneco. Servem só para o que servem. Para orientar muito vagamente. Não mais do que isso. As rotinas apenas servem para poupar energia. Não servem para mais nada.
O sal da vida está no que não estava previsto. Naquele acontecimento que trouxe um coração cheio. No que bateu à porta sem ter sido convidado. No que apareceu sabe Deus de onde. Neste ou naquele pormenor que afinal se tornou em "por maior". A beleza das coisas vai muito para além da evidência. Está no que não se vê, no que não se explica. Todo o lado não tangível e não previsível da vida é muito mais interessante do que a rotina do quotidiano. Também por isso é que o amor é tão precioso, senhor de uma beleza inexplicável e invisível, encerra surpresas, imprevisibilidades e fenómenos naturais que nenhum senhor da meteorologia consegue padronizar. Tão depressa faz bom tempo como no instante seguinte se levanta um tufão. Em 5 segundos. Não há fórmulas nem estudos que aguentem. Apenas podemos dizer que com o coração cheio de amor, há dias muito bonitos independentemente do tempo que faz. Também haverá dias em que no peito choverão gotas de água salgada até ao inundar da alma. Faz parte. E haverá pores do sol quentinhos, deslumbrantes e pacificadores, e tempestades de tornados, relâmpagos e trombas de água. O amor não faz a coisa por menos. Chama a si tudo a que julga ter direito sem que tenhamos tempo de riscar uma vírgula ou de dizer "pio". E não é isto fantástico?
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