E se se pudesse hibernar durante uns tempos? Eu hibernava às semanas. Às vezes apetece-me desligar a pilha. Desligar o pensamento, o coração e tudo. Ter a esperança de que quando acordasse desse estado letárgico e reparador, tudo estivesse maravilhoso. E que eu fosse muito menos necessária e muito mais amada. Às vezes sinto que meio mundo me pede para eu fazer, ser capaz de, tenho que isto, tenho que aquilo. E resolver mais não sei o quê. E tratar, consolar, dar um ombro a outro choro, respeitar o espaço não sei de quem e enfim. Tudo e tudo e, de preferência, com um sorriso rasgado no rosto.
Hoje estou cansada. Apetecia-me enfiar num casulo fofinho e não sair de lá tão cedo. Até que todos se tivessem esquecido do que eu sou capaz de fazer ou de resolver. Até que se esquecessem da minha utilidade e apenas se lembrassem de mim por coração. Por saudades do que sou e não do que sou capaz de fazer ou dar. Só de mim tal e qual. E tanto faz a sorrir como de outra forma qualquer. Lá se varriam mais uns quantos do meu círculo de relacionamentos. É a vida. E garanto que apesar de ter alguma pena, não me importaria. Estou numa fase da vida em que não quero nada que não seja de verdade. Quase nada, pouco, assim-assim ou muito mas verdadeiro. Não quero faz de conta em nada. Esgotei essa veia. E estou a caminho de esgotar todas as outras que me fazem mal. Que me entristecem. Apenas manterei o que for incontornável e impossível de alterar. Nesse caso, o grande desafio será o de aceitação. O de entender a importância que tem no meu caminho. Qual a lição, qual a aprendizagem. De resto, tudo o que puder alterar, garanto que será o que vou fazer. E, em muitos caso, a alteração dá-se a nível interno. Com desapego. Com a atribuição de importância relativa às coisas. Também com o libertar-me de determinados níveis de exigência. Uns que sinto do exterior, mas principalmente os meus, internos. Aqueles que coloco a mim mesma. Que moem. Talvez uma hibernação amoleça estas coisas todas. Deve ser maravilhoso. Ficar num estado de “zen”. Em que nada nos afeta, nada nos aflige. Neste momento apetecia-me ser urso. Há sempre um animal na minha vida. Os ursos hibernam. Os maus tempos e as intempéries são passados em descanso e, quando o sol brilha e a primavera desponta, saltam novamente para a vida. Para o melhor da vida. Ser urso, afinal, deve ser uma coisa boa. Terá também os seus encantos.
Hoje estou cansada. Apetecia-me enfiar num casulo fofinho e não sair de lá tão cedo. Até que todos se tivessem esquecido do que eu sou capaz de fazer ou de resolver. Até que se esquecessem da minha utilidade e apenas se lembrassem de mim por coração. Por saudades do que sou e não do que sou capaz de fazer ou dar. Só de mim tal e qual. E tanto faz a sorrir como de outra forma qualquer. Lá se varriam mais uns quantos do meu círculo de relacionamentos. É a vida. E garanto que apesar de ter alguma pena, não me importaria. Estou numa fase da vida em que não quero nada que não seja de verdade. Quase nada, pouco, assim-assim ou muito mas verdadeiro. Não quero faz de conta em nada. Esgotei essa veia. E estou a caminho de esgotar todas as outras que me fazem mal. Que me entristecem. Apenas manterei o que for incontornável e impossível de alterar. Nesse caso, o grande desafio será o de aceitação. O de entender a importância que tem no meu caminho. Qual a lição, qual a aprendizagem. De resto, tudo o que puder alterar, garanto que será o que vou fazer. E, em muitos caso, a alteração dá-se a nível interno. Com desapego. Com a atribuição de importância relativa às coisas. Também com o libertar-me de determinados níveis de exigência. Uns que sinto do exterior, mas principalmente os meus, internos. Aqueles que coloco a mim mesma. Que moem. Talvez uma hibernação amoleça estas coisas todas. Deve ser maravilhoso. Ficar num estado de “zen”. Em que nada nos afeta, nada nos aflige. Neste momento apetecia-me ser urso. Há sempre um animal na minha vida. Os ursos hibernam. Os maus tempos e as intempéries são passados em descanso e, quando o sol brilha e a primavera desponta, saltam novamente para a vida. Para o melhor da vida. Ser urso, afinal, deve ser uma coisa boa. Terá também os seus encantos.
Voltando à minha canseira, um casulo fofinho daria para descansar e restabelecer forças para voltar a pôr as mãos na vida. Nas 4 estações do ano. Nos restantes dias, independentemente do tempo ou da temperatura cá fora. Da abundância ou da escassez.
A minha sorte é que estas vontades dão-me poucas vezes. Principalmente porque não posso hibernar nem encontrei ainda um casulo à minha medida. Eu que adoro a vida, a natureza e as pessoas. Mas como é tudo à grande, tudo intenso e ninguém tem culpa disso, nem eu própria, às vezes canso-me. Esgoto-me. E tenho que encontrar formas de voltar à tona, com todas as minhas forças e em plenitude. A plenitude é uma coisa difícil mas tenho muita dificuldade em andar em meia haste. Em murchice. Em estado morno. Detesto coisas mornas. Gosto a quente ou a frio. O morno enerva-me. É indefinido e também não gosto nada de limbos. A paciência e a temperança são qualidades inestimáveis. Que pena não fazerem parte da minha essência. Custam-me tanto. Saem-me do pelo. Principalmente quando a vida teima em ensinar-me o valor destas coisas de forma aguda. Cirúrgica. A rasgar. Nunca quis tanto ser boa aluna…
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