A paz não tem preço. Tem
tanto valor!
Nada nos nossos mundos exteriores, interiores, e paralelos é
comparável à paz no coração! Mesmo quando existe muito amor, se não houver paz,
o sobressalto e o sofrimento rasgam caminho. E o amor fica tolhido,
condicionado. A paz é o berço de tantas coisas boas: amor, serenidade, contemplação,
esperança, otimismo, clarividência, alegria, aceitação, verdade e justiça.
Assim de repente é do que me lembro. Mas tenho a certeza que é fermento de infindáveis
virtudes. Depois, tal como o céu nos diz, quanto mais se tem mais nos será
dado. Claro que isto não tem a ver com bens materiais. Tem a ver com virtudes e
bênçãos espirituais. São ciclos virtuosos que se incrementam. Quanto mais paz
temos no coração, mais paz nos é oferecida. Quanto mais amamos, mais amor nos retorna.
Quanto mais aceitarmos, desenvolvermos e utilizarmos os talentos que o céu nos
dá, mais talentos nos serão dados. O que recebemos acabará por ser o reflexo do
que enviamos para o mundo. Que justiça divina, não é? Por vezes, podemos não ver logo o resultado
da nossa atuação. Do amor que nos fartamos de dar. Dos talentos que colocamos a
render. Os juros demoram…mas nunca, nunca falham! E quando alguma coisa sai do
carrilho que estava proposto é porque não seria nada bom para nós!
Nunca podemos deixar de ser nobres e humildes. Na vitória e
na derrota. Assim é que se vê a linhagem de cada um! E não é a linhagem de
sangue, se é azul ou de outra cor. É a linhagem da alma! Aquela que nunca
desaparece. Aquela que trazemos connosco quando nascemos e aquela que
apresentaremos de volta ao Pai quando partirmos. É necessário honrar a linhagem
que nos foi confiada pelo Céu. Honrá-la o melhor que formos capazes. Honrar a
nossa essência. A confiança que nos foi depositada. É uma confiança na nossa
capacidade de aprender. De nos tornarmos melhores pessoas, almas mais ricas,
mais experientes. Por vezes não entendemos os desígnios do Senhor. É verdade! Ninguém
nos diz que é melhor para nós entender tudo! Poderia ser mais fácil ou não. Da
mesma forma que o Pai confiou em nós, também nós devemos confiar n’Ele, sabendo
que tudo o que faz é para o bem supremo da nossa alma. Mesmo que não se
entenda. Mesmo que doa. Mesmo que (como diz a minha melhor amiga), umas vezes
se vá de gatas e outra se suba paredes! O Pai sabe o que é melhor para nós. Sem
nenhuma dúvida. E é esta confiança que nos faz andar para a frente todos os
dias. Todas as horas e todos os minutos. Vacilando de vez em quando, mas sempre
andando em frente. Quando não temos mais forças, o Pai leva-nos ao colo.
Carrega-nos. Ajuda-nos. Ampara-nos. Embala-nos. Somos tão abençoados e tão
ajudados. Temos uma imensidão de Céu a quem recorrer.
Nada mais aconchegante
que um colo de uma Mãe. Nada mais protetor. Nada mais doce. Nada mais
pacificador. A nossa Mãe do Céu é indescritível. Eu não consigo encontrar
palavras para definir a sua doçura, o seu imenso amor, a sua paz. O conforto do
seu manto. Quando estou muito aflitinha da minha vida, sempre me lembro d’Ela
como exemplo. Sempre que sofro como mãe, como filha, como mulher, lembro-me da
nossa Mãe. Da Mãe de Jesus Cristo. Não existiu no mundo, mulher que mais
tivesse sofrido. Aceitar a vontade do Pai, serena e docemente, à época, podendo
custar-lhe a vida e a honra. Oferecer o
seu tão amado Filho em sacrifício pelo amor ao mundo. Por todos nós. Qual será
o tamanho deste amor? Jesus ofereceu-se por nós. Sofreu pela nossa maldade. Pela
nossa incapacidade de amar, de fazer a paz. Mas e a Nossa Senhora? O que não
terá sofrido ao entregar o seu filho? Ao ver o seu filho a ser humilhado, maltratado,
crucificado e morto? Quanto amor a Deus a todos nós é preciso ter para se
aceitar, docemente, serenamente, plena de confiança, uma coisa destas?
Quando reflito neste amor, os meus problemas tornam-se logo
mais pequeninos. As minhas dores são logo melhores de aguentar. Sinto-me tão
formiguinha ao admirar o amor infindo, incondicional da nossa Mãe do Céu! E,
então, entrego-lhe também as minhas dores, os meus medos, as minhas raivas e as
minhas fúrias. A Mãe que tudo pode, saberá o que fazer com elas e, pelo Amor
que me tem, embrulha-me no seu manto e faz de mim uma melhor pessoa. Mais
forte, como Ela foi. Mais doce, como Ela foi. Mais serena, como Ela foi. Mais
entregue ao Céu, como Ela se entregou. Só com uma gotinha de uma lágrima sua
fará o milagre da paz. As lágrimas da Mãe do Céu, são gotinhas de água benta.
Os sorrisos da Mãe do Céu são raios de luz que iluminam a nossa existência. E
tal como o Pai, sempre que nós precisamos de colo, lá está a Mãe do Céu
prontinha para nos receber.
Como somos felizes e não sabemos, não nos apercebemos. Estas
subtilezas do Céu são por vezes difíceis de captar. Daí que de vez em quando,
quando teimamos em não ouvir o Céu, na sua subtiliza, na sua delicadeza, lá nos
cai um bocadinho na cabeça e faz estrondo que é para ver se ouvimos melhor! É
preciso também cuidar os ouvidos da alma! Cuidar todos os radares para
conseguirmos ouvir e sentir as mensagens. Pensar com o coração. Com muita paz
no coração!
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