E se uma abelhinha deixasse de ser abelha, apenas por um dia, e passasse a ser uma abelhuda?
Em vez de saber exatamente o que fazer na colmeia, fazia exatamente o possível para saber o que lá se passava.
Em vez de servir a colmeia e fazer parte importante de um todo equilibrado, servia-se da colmeia e tirava a sua parte, desequilibrando o todo.
Em vez de cuidar do bem comum, cuidava de saber bem o que de fora do comum havia.
Em vez de cuidar e proteger a sua rainha, espreitava e fazia figas para que algum zangão se zangasse com ela. Que afinal nem é sua, a rainha, é desta colmeia cheia de abelhas vulgares, estúpidas e nada visionárias. Fazem sempre a mesma coisa! Até as fardas são iguais, sempre às riscas. Que inferno! Que enfado!
Se uma abelha não é abelha, então uma abelhuda não é um inseto mas é uma pedra no sapato. Que não anda nem deixa andar. Mói. Pica. Enfia o nariz em qualquer flor, sem pedir licença, sem delicadeza, sem preceito nem pudor.
Se uma abelhuda por nós passar, façam-se rezas, credos e cruzes, para numa abelha outra vez se tornar. Todas as abelhudas já foram abelhinhas….mas já se esqueceram. Se formos capazes de as lembrar como era lindo ser abelha, que milagre, que alegria... e tudo voltará à normalidade na colmeia!
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