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Mensagens

A mostrar mensagens de 2015

De um ano para o outro

O ano de 2015 ainda não acabou e está difícil de acabar. Um ano novo renova a esperança. E eu sou uma pessoa que vive muito de esperança. Quando ela começa a entrar em stock mínimo, começo a torcer-me por todo o lado. Este final de ano está a doer. Tem acontecido, nos últimos anos, que esta quadra festiva, Natal e Passagem do Ano, dá conta de mim. São alturas difíceis. De celebrações por decreto, com excessos por um lado e muita escassez pelo outro. Os dois lados de uma moeda levados ao extremo. Toda esta energia que anda no ar dá-me alegria mas também rebenta comigo. Tudo à grande, como é de meu costume. Por ser uma época de balanço por excelência também o olhar para dentro e o refletir sobre os principais acontecimentos e situações dão que falar cá nos meus mundos. É altura de parar para pensar e de refletir sobre mim própria e sobre as orbitas à minha volta. Os balanços são sempre difíceis. Doem apesar de pedagógicos. Foi um ano que doeu muito porque muito aprendi. Caíram-me muitas

O sabor amargo da impotência

E parece que não acabo ano sem o centésimo texto...já é tarde mas o sono foi para outras paragens. Talvez daquelas mais quentinhas e sossegadas. Estados serenos que não conseguiu encontrar hoje em mim para se poder instalar e passar a noite em pleno. O sono também tem as suas vontades e não se deixa comandar assim às primeiras. Quando percebe que não consegue a paz de que necessita, desaparece de cena. Não adianta chamá-lo. Quanto mais se chama, mais ele nos foge. O sono também tem cada uma...faz uma pessoa desatar a escrever a altas horas da noite quando deveria estar a usufruir da sua tranquilidade. Enfim... Quem me haveria de dizer que o meu centésimo texto não seria um daqueles cheio de alegria e de paixão pela vida...afinal sai-me uma coisa murchinha, cheia de melancolia e de penas da alma. As penas têm a mania de se atravessar à frente das gotas. Também querem os seus 10 minutos de fama. Dizem que apesar de serem penas também fazem parte da alma, tal como as gotas que passam

O milagre das palavras

Recentemente dei conta da quantidade de visualizações que este meu blog tem. Ainda não me tinha apercebido da dimensão. Fiquei um pouco apardalada com a questão. Pergunto a mim própria como é possível que tanta gente já tenha lido alguma coisa do que eu escrevi. Fiquei deveras admirada. Tudo isto começou como uma forma de dar vazão a um impulso que por vezes era - e continua a ser - mais forte do que eu. Começou por ser o meu cantinho terapêutico onde posso despejar as palavras que tenho no sistema. Todas as palavras que me saem dos pensamentos, que me saem do coração e da alma. Como nunca fui de diários nem de escrever só para mim, esta foi a forma que encontrei de transmitir, seja lá a quem for, as minhas energias. Nunca consegui escrever sem um objetivo, só porque sim. Desta forma, consegui abrir muito do que sou, do que sinto, do que penso, sem grandes filtros, sem juízos de valor, e conseguindo manter a pessoa por detrás da Magdala Gabriel em serenidade e harmonia. Esta experiênc

Decidir no Natal

Em plena época natalícia, em que as preocupações deverão ter a ver com as boas energias de partilha e de união, como sou quase sempre ao contrário, tenho outros pensamentos. Quase que me apetece rosnar ao Natal que vou vendo. Aquele das compras desenfreadas, sem rei nem roque, sem lógica, só consumo e sem amor. Claro que nem tudo é assim. Também há aspetos muito bonitos. Por exemplo, o Natal das ruas. As ruas de Lisboa ficam magníficas. Cheias de luzes. E vi uma maravilhosa árvore de Natal cheia de corações. A minha cara! Eu que adoro corações, até na minha casa enfeito a árvore de Natal com corações. Quando vi esta linda árvore numa bonita praça de Lisboa, fiquei tão contente! Uma árvore enorme, com corações também enormes que mudam de cor. Uma maravilha! E enquanto a cidade está iluminada e enfeitada, parece que as pessoas sorriem mais e melhor. Parece que são mais felizes. Parece que tudo o resto não interessa nada. E tenho a esperança que estas luzes que iluminam a cidade, consiga

Estrelinha em bem

Por vezes a pessoa cansa-se de andar aborrecida a maldizer a vida. Quando começo a passar dos limites tenho que fazer qualquer coisa para contrariar o estado de espírito mais carrapeto e obtuso. Quando a chuva aparece e não me deixa fazer um montão de coisas que gosto, nem que seja espreitar o sol, desato a praguejar. Mas isto não é vida. Desperdiçar tempo a resmungar e a rosnar é a maior das parvoíces. Quando penso bem sobre esta história do mau humor só me apetece dar um valente raspanete a mim própria. Tantas coisas bonitas que se podem fazer ou pensar. Este tempo choroso não pode ter qualquer influência na meteorologia interna. Isso é que era doce! Basta começar a fazer uma listinha das coisas bonitas que povoam a minha vida. Que me iluminam apesar das nuvens e do sol se pôr logo depois de almoçar (o preguiçoso!).  Se refletir bem sobre a vida e sobre as pessoas que a cruzam, os sorrisos e as alegrias retomam o seu devido lugar. Nunca daquilo que é doloroso pode ser mais poder

Mudar de cor

Resolvi mudar a imagem deste meu mundo. Os mundos, de vez em quando, têm que sofrer umas recauchutagens. No sentido da simplicidade e da leveza. Sempre que visito um dos meus mundos procuro olhá-lo com olhos de ver antes de o desfrutar. Agora foi este, o mundo das minhas escrevinhices, onde abro a torneira, onde faço a sangria do que de forma intempestiva toma conta de mim. Por vezes, as palavras, as ideias e os pensamentos são mais fortes do que eu. Começam a martelar, a martelar, a martelar até quebrarem a minha fronteira. A tal que me separa da minha escrita. E sendo este um mundo tão especial e tão terapêutico para mim, também a sua imagem deverá refletir melhor o que de transversal liga tudo o que escrevo. E, em tudo o que escrevo, procuro refletir o amor e a simplicidade. O cor de rosa é a cor do amor. É o vermelho da paixão que tenho pela vida temperado com o branco da paz que procuro incessantemente.  Esta nova forma de se poder visualizar as minhas escrituras também repre

O Natal e a sua antítese

Com a época natalícia  a aproximar-se a passos largos, também eu entro em turbilhão. Entro em espiral por todas as contradições e dessincronias que esta época acarreta. Por princípio e por natureza, gosto muito do Natal. Particularmente pelas memórias que traz. Pela alegria e excitação que me marcou a infância, numa época que era vivida de uma forma muito mais simples e fraterna. Em que o mias importante era o facto de se juntar todos os que nos eram queridos. Fazia-se uma festa. Tinha preparativos, cores, cheiros e uma magia tão própria. Parece-me que a magia estava no facto de ser criança. E, quando somos crianças, a magia acontece a qualquer momento. Parece-me que mais do que tudo, o Natal é um mundo que guardo cá dentro com memórias emocionais muito queridas. Hoje em dia continuo a gostar do Natal. Adoro ver o Natal a nascer pela cidade. As decorações, as cores, as luzes, são qualquer coisa de espetacular. Parece que são lareiras que aquecem as vistas e os corações. É bonito a

Quando o corpo apita

Quando começamos a trocar receitas e mezinhas para as maleitas do corpo com os nossos amigos, mal vai a história. Digo sempre que a idade é uma coisa maravilhosa. É maravilhosa para a cabeça, para o coração e para a alma. Mas para o corpo…é uma maçada. Estou naquela fase em que o caruncho está a entrar por todo o lado, principalmente nas articulações e nos ossos. E dei por mim a trocar sacos de água quente, com almofadas anatómicas e massagens de nem sei do quê. Quando começamos a trocar este tipo de informações em vez de ser onde é que se janta muito bem e que espetáculos é que andam em cartaz, o caso já vai feio. Para nós e para os nossos amigos. Pois é. Estou outra vez em ponto de rebuçado só pelas dores que vou tendo. É que eu não tenho paciência para isto. Fico impertinente. Desassossegada e irritadiça. Por vezes, o desassossego vem no corpo e na alma ao mesmo tempo. Ainda bem não dei conta das dores do coração, lá me fica o corpo também cheio de não presta. Também é verdad

Impulsos

Por vezes os dias não são tão bonitos como gostaríamos. De vez em quando deixamos que aquilo que nos causa tristeza leve a melhor. Estas balanças internas onde pesamos o lado solar e o lado lunar das coisas são um bocadinho traiçoeiras. Como sou movida a otimismo, esperança e paixão, tento sempre que o prato solar da balança conduza o meu estado emocional. Mas nem sempre consigo. Umas vezes é um bocadinho mais difícil do que o habitual. Hoje é um desses dias choramingões onde me apetece entristecer só porque ainda não consegui destilar as gotas de lua que me invadiram o coração.  Às vezes necessitamos de ajuda para fazer a destilagem daquilo que nos entristece. Mas nem sempre essa ajuda está disponível. Coincidentemente ou não, quem nos pode ajudar a transformar as gotas de lua em gotas de sol, está também num processo similar e não consegue estar no comprimento de onda que lhe permita ver para além das suas próprias tristezas, que já são muitas. E não há nada a fazer.  Tenho

Uma rosinha encantada

No meu jardim existe uma linda rosa encantada! Daquelas que brilham no meio de um milhar de outras rosas. Perfumam constantemente o ambiente com um odor doce, suave, mimoso e pacificador. Esta é rosinha é a mais especial rosa que existe no meu jardim! Está taco a taco com uma florinha selvagem que também lá vive. A minha rosinha é encantada porque não existe outra como ela. Para além de encantadora, a minha rosinha tem uns dons muito raros de encontrar em rosinhas tão pequeninas e delicadas. Tem uma magia em si própria que se não fosse uma flor, seria com certeza uma fada. Uma linda fadinha com uma varinha mágica que espalharia pós de perlimpimpim só para fazer os outros felizes. Mas não é uma fada, é uma flor o meu jardim! Eu sou uma jardineira muito orgulhosa das sementinhas que foram parar ao meu jardim. Esta semente de rosa encantada, é fantástica! Principalmente porque é única. A minha rosinha encantada tem o maior dos dons. O dom pelo qual, todos os dias, dou graças a Deus

Verão de S.Martinho e compaixão

O verão de S. Martinho é a ultima réstia de alegria climatérica até à primavera. Eu entendo que tudo faz falta, a chuva, o frio, o tempo pingão. Tudo faz parte da natureza e do seu equilíbrio. Eu entendo. Mas não gosto. Nem sequer sou uma pessoa friorenta. Mas a chuva, que é preciosa e faz muita falta, retira-me a liberdade. Retira-me a espaço de manobra. O mau tempo não me deixa fazer aquilo de que tanto gosto: andar livremente por aí sem preocupações a apreciar a natureza, a verdadeira e a urbana. Pois claro que também existe uma natureza urbana que me encanta. Observar o mundo é um dos meus passatempos preferidos. Entender cenários e histórias é uma delícia. Eu poderia viver num sítio onde fosse sempre verão. Perto do mar e com muito verde. Não me farto do bom tempo. Não me farto das roupas leves. Detesto muita roupa, muitas camadas, casacos, luvas, gabardinas e guarda-chuvas. Este tipo de acessório incomoda-me. É mais uma tralha que só carrega o espírito. Gosto de leveza também no

Equilíbrio

Os travões são peças fundamentais não só nos automóveis e meios de transporte em geral como também no relacionamento interpessoal. Tenho andado a refletir sobre este assunto. Claro que esta reflexão tem uma raiz de vivência. Sendo uma pessoa cheia de pensamentos e com mundos e mundos por dentro, há sempre coisas a borbulhar na minha cabeça e no meu coração. Ainda por cima sou extrovertida, espontânea e enérgica. Embora seja cada vez mais reservada em termos daquilo que partilho com os outros e com o mundo, existe um conjunto (pequenino e especial) de pessoas com quem tenho vontade de partilhar cada vez mais. E aqui é que entram os travões. Com ABS e tudo. Muitas vezes tenho que me conter, tenho que guardar, perceber se é ou não o momento para desapertar o garrote. O tal que controla o fluxo entre as minhas fronteiras e o mundo. Para se poder desapertar o garrote e aliviar o travão, é necessário perceber-se qual é medida dos outros. Isto porque não se pode despejar e pronto. É muit

Um coraçãozinho partido

O coração é o nosso órgão mais resistente. Bate noite e dia, anos a fio sem reclamar nem pensar em tirar férias. Só pede que o tratemos com o mínimo de dignidade. Que o cuidemos tal como ele cuida de nós. Na verdade ele cuida muito melhor de nós do que nós cuidamos dele. Por vezes até o cuidamos bem mal. Fazemos com que bata acelerado, descompassado, colocamo-lo na boca, nos pés e em qualquer outro lado desde que a ansiedade assim o deseje. Às vezes apertamo-lo tanto no peito que parece que o vamos rebentar. Damos-lhe arritmias, taquicardias, ralações, nervoso miudinho, angústia e mais um conjunto de presentes envenenados que o deixam tão intoxicado e frágil. Mesmo assim, o nosso coração teimosamente resiste e continua a bater, velando pela nossa sobrevivência. Apesar de todas as maldades que lhe fazemos, parece-me que aquilo que o magoa mais (ao coração) é o facto de não o ouvirmos. Passa a vida a berrar para ser ouvido. Já se sabe que berrar também não dá muita saúde a ninguém.

Diferenças, tolerâncias e arrumações

Hoje é dia de balanço, é sexta-feira. Há umas sextas-feiras que são mais propensas a estas coisas de refletir um bocadinho sobre tudo e sobre nada. Hoje apetece-me juntar por aqui alguns pensamentos que fui tendo durante a semana, a propósito de qualquer situação ou acontecimento.  Esta semana estive muitas horas em ambiente de aprendizagem com um grupo de pessoas de outros países. Todos dentro da mesma área de especialização. Grupo homogéneo pela formação e heterogéneo pelas raízes e contexto cultural. Uma miscelânea interessantíssima de pessoas com histórias de vida completamente diferentes. Eu adoro ambientes misturados e cheios de diferenças culturais!  A parte mais interessante desta mistura intencional tem a ver com o facto de todos terem que se entender, havendo objetivos individuais que concorrem para um objetivo em comum. De repente, damos por nós a trabalhar com pessoas que conhecemos naquele momento, sem quaisquer referências anteriores. E temos, obrigatoriamente,