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Mensagens

Uma orquídea rara, uma jardineira e duas extraterrestres!

Hoje apetece-me escrever sobre a mais bonita forma de amor que existe: a amizade. Já escrevi inúmeras vezes sobre o assunto, mas a fonte é inesgotável. Cada amizade que partilhamos é única. Cada uma reveste-se de uma identidade própria. Cada amizade que nutrimos é diferente da outra. E isso é a beleza da coisa. Tive a sorte de há pouco tempo recuperar uma amizade muito bonita e importante. Daquelas em bom. E é das melhores porque sobreviveu aos desvios da vida. Por vezes o caminho prega-nos partidas que nos desviam do que verdadeiramente interessa. Neste caso em particular, com uma das flores do meu jardim, uma orquídea rara, houve, por assim dizer, uma hibernação do sentimento recíproco. Mas como tudo o que é forte e autêntico tem a mania de dar a volta por cima, aqui estamos de novo, com uma amizade fortíssima.  As orquídeas raras, sendo assim tão raras, apesar da sua elegância e imponência, têm um coração de manteiga e uma sensibilidade extrema. Possuem uma aparência esfíngica, mas
Mensagens recentes

Era uma vez um Girassol

Hoje apetece-me escrever sobre uma pessoa em particular. Uma pessoa que eu muito estimo e que se revelou uma belíssima surpresa. Por vezes, conhecemos alguém num determinado contexto, convivemos com ela anos a fio e, tendo em conta esse mesmo contexto, não a conhecemos verdadeiramente. Conhecemos parcialmente, conforme se deixa conhecer e conforme estamos disponíveis para a olhar com olhos de ver. Quando se carregam defesas e muitos filtros, num determinado contexto, passam-nos ao lado, pessoas magníficas. No meu conceito, uma pessoa magnífica não quer dizer a maior dos bonecos da minha bola. Nem a mais isto ou mais aquilo. Uma pessoa magnífica é aquela que se vai descobrindo, devagarinho e, quanto mais se conhece, mais se gosta. Quando, juntando o lado solar (o das coisas boas) e o lado lunar (os das coisas próprias de se ser humano), a balança fica muito descaída para o lado bom. E sou muito grata por esta descoberta. Quando passamos a conhecer alguém que tem uma alma maior e melhor

Dia de S. Valentim, do caos à ordem

Hoje é dia de São Valentim. Celebra-se o amor romântico, entre duas pessoas. Apesar da lenda associada ao Santo, que não vem agora ao caso, apetece-me escrever umas palavras sobre o tema. Vamos fazer de conta que é o dia em que se celebra o amor, tal como no Natal se celebra a família. Nunca há apenas um lado A sobre o assunto. Também existe um lado B. É uma graça para quem tem família amorosa, no caso do Natal, e para quem tem um amor, no dia de São Valentim. Quem não tem uma das situações (ou as duas), sofre a dobrar. Porque é suposto estar-se feliz e animado, porque são os dias em que se decreta que se deve celebrar qualquer coisa. Eu tenho uma relação de amor-ódio com as celebrações por decreto. Ainda não decidi se devem ou não existir. Por um lado, penso que é bom que existam para que, pelo menos uma vez no ano, se pense nas coisas como deve de ser. Que se valorize o que efetivamente é importante na nossa vida. Os sentimentos e os “seres” em vez dos “teres” e “haveres”. Por outro

O Acaso é de propósito

Hoje apetece-me escrever sobre o propósito. Principalmente sobre o propósito do encontro entre as pessoas. Desde há muito tempo que tenho a plena consciência de que nada acontece por acaso. Como alguém disse, e parafraseando,   “o acaso acontece quando Deus quer utilizar um pseudónimo para escrever o destino”. Isto é, o acaso não existe e as coincidências também não. Acontecem “Deuscidências”. Tudo nos é colocado na vida com um propósito. O propósito pode ser maior ou menor, mais simples ou mais complexo, mais ou menos duradouro, mas é sempre um propósito (ou mais). Quando duas pessoas se encontram, tendencialmente, esse encontro têm um propósito para ambas as pessoas. À medida do que elas necessitam para aprender e evoluir. Os encontros também se podem dar porque são almas companheiras e combinaram, antes de vir a este mundo, que se encontrariam para se ajudarem mutuamente no caminho da vida, amparando-se nos processos que cada uma tem de fazer. Mesmo assim, existem sempre aprendizage

Um orangotango de olhos doces

De repente dou conta de que não escrevo há tanto tempo!!! A vida coloca-se no caminho e há sempre qualquer coisa que fica para trás. Para além disso, todos os criativos (grupo ao qual não tenho qualquer pretensão de pertencer) dizem que só se cria como deve de ser em polaridade: em estado de muita felicidade ou em estado de profundo sofrimento. Também já percebei que para escrever qualquer coisinha de jeito, é muito mais fácil se as emoções estiverem ao rubro. As minhas, agora, no momento, não estão. Mas estiveram num passado recentíssimo. Sempre que o tapete me sai debaixo dos pés ou quando vislumbro uma perda importante, fico a parecer um comboio a vapor, a hiperventilar em alta velocidade. E caem-me uma data de fichas na cabeça. Dei-me conta que podia ter perdido uma extraordinária parte da minha vida. Ia ficando órfã de irmão. Só tenho um irmão, mas acho que mesmo que tivesse 100, este que tenho, seria o meu preferido. Já me fez apanhar muitos sustos e parece-me que já gastou uma d

Uma flor de Margarida

Conheço uma linda flor que se chama Margarida. As Margaridas são delicadas por fora e muito resistentes por dentro. São lindas. Conheço esta flor desde que é uma sementinha. Vem de boa cepa. Para mim, isso é o suficiente para gostar dela e para partilhar, em sentimento, um momento que lhe é difícil de descascar. Esta Margarida tem vivido no seu jardim, acompanhada pelas outras flores e pelas suas raízes.  Juntos vão passando pelas diferentes estações do ano, das mais alegres às mais tristonhas, friorentas e pinguças como é o inverno. Mas todas as estações fazem parte da vida. Sem o frio do inverno não se poderia agradecer o calor do verão. Sem a maravilhosa primavera, não se poderia desabrochar e florir. E sem o outono, não haveria renovação. Não se trocariam umas folhinhas por outras. E o segredo está em perceber-se que todas as estações do ano, com as suas especificidades e características, fazem parte da maravilha que é a vida.  Por vezes, ao longo da vida das flores, aparecem uns i

Uma breve sobre Lavoisier

Existe uma pessoa que eu admiro muito, particularmente pelo seu carácter. Um carácter fortíssimo para o lado bom, mas de uma brandura impressionante. Por vezes dá ideia que as pessoas brandas, serenas e doces não terão um caráter fortíssimo. É mesmo apenas uma ideia. Esta pessoa que eu conheço, que me faz lembrar um maravilhoso pinheiro manso, tem a meu ver, um carácter irrepreensível. Em bom. Tenho a mania de comparar as pessoas à fauna ou à flora da Criação. Faz-me sentido. Se fossemos mais observadores da natureza e da Criação, seriamos melhores pessoas. Aceitaríamos as diferenças, aprendíamos a ter paciência e a respeitar o ritmo da vida. Na Criação, há variedades para todos os gostos e tempos para tudo. Em tudo o que é visível e no que é invisível ao olho humano. E, na verdade, a contemplação é uma das melhores formas de aprendizagem.  Hoje em dia, quando faço um bocadinho de meditação, vejo-me sempre como uma árvore. É o que melhor me descreve enquanto Ser humano e espiritual, in